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Esta incrível tarântula azul acaba de ser descoberta na Guiana

Relatório de ONG descreve outras 30 novas espécies de animais encontradas no país, que divide parte de suas florestas com a Amazônia brasileira

Por Da redação
Atualizado em 23 nov 2017, 15h14 - Publicado em 23 nov 2017, 14h25

Uma nova espécie de tarântula acaba de ser descoberta por cientistas na Guiana. O aracnídeo chama atenção por ter corpo e patas azuis – diferentemente da maioria das tarântulas, que costuma ser marrom escura. Segundo os especialistas, a descoberta do animal, que pertence à família Theraphosidae, ressalta a necessidade de proteger a rica biodiversidade das florestas tropicais. A aranha foi descrita em um relatório publicado pela ONG internacional World Wildlife Foundation (WWF, na sigla em inglês) na última semana, assim como outras 30 novas espécies descobertas no país.

A Guiana faz fronteira com o Brasil em dois estados, Roraima e Pará, e divide boa parte de suas florestas com a Amazônia brasileira. Porém, os cientistas acreditam que tarântula recém-descoberta seja endêmica daquele país, ou seja, ela não existe em nenhuma outra parte do mundo. “Esta região de montanha onde os levantamentos ocorreram representa uma zona de transição muito importante para espécies entre terras baixas e terras altas e foi caracterizada por altos níveis de endemismo para muitos grupos taxonômicos”, escreve o biólogo Andrew Snyder, da WWF, que descobriu a aranha por acidente enquanto passava a noite no Parque Nacional de Kaieteur, na região central da Guiana.

Entre as espécies encontradas por Snyder e sua equipe, além da tarântula, estão um novo tipo de sapo, dois peixes, três plantas, 15 besouros aquáticos, cinco libélulas, um caranguejo, um camarão e outros. E o parque onde vivem esses animais é lar para mais de 50% dos pássaros, 40% dos odonatos (classe a que pertencem as libélulas e outros insetos), 30% dos mamíferos e 43% dos anfíbios que habitam todo o território da Guiana.

No caso da tarântula, a descoberta foi completamente inesperada, conta Snyder. “Durante aquela noite em particular, a luz da minha lanterna refletiu em um pequeno brilho de azul cintilante e cobáltico saindo de um pequeno orifício em um tronco apodrecido”, relata. “No começo, rapidamente ignorei – certamente, era apenas o brilho do olho de uma aranha. Mas algo era diferente e eu devo ter criado consciência disso mesmo inconscientemente. Algo me fez voltar.”

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Era realmente uma aranha – mas não se tratava de um reflexo da luz nos olhos do animal, como ele havia pensado, e sim um brilho iridescente (fenômeno óptico em que uma superfície reflete a luz decomposta em várias cores, como acontece com as bolhas de sabão) provocado pelas patas azuis de uma pequena tarântula.

“Eu imediatamente soube que isso era diferente de qualquer espécie que encontrei antes”, diz. E essa afirmação não é necessariamente por causa da iridescência – outras espécies de tarântulas também são conhecidas por apresentar esse fenômeno e algumas, inclusive, têm patas azuis –, mas porque ela tinha um aspecto único.

Examinando o tronco mais de perto, Snyder percebeu que ele tinha vários buracos, cada um deles abrigando uma tarântula. Isso, segundo ele, pode indicar que os animais vivem em pequenas comunidades.

O biólogo afirma que mais estudos devem ser conduzidos para compreender melhor os hábitos desses animais – mas, por enquanto, ele diz que a descoberta serve como um incentivo para a preservação de invertebrados na Guiana. Várias espécies do país estão sendo ameaçadas pela mineração na região, que destrói os habitats por causa do desmatamento e da contaminação com mercúrio, usado para separar o ouro de outros metais.

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