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El Niño devastador causou o agosto mais quente dos últimos dez anos em São Paulo

De acordo com as medições do Inmet, o pico de calor na cidade foi na última segunda-feira (31), com 32,2 °C. O El Niño deste ano deve ser o mais forte das últimas duas décadas

Por Rita Loiola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2016, 14h45 - Publicado em 1 set 2015, 15h46

O El Niño que pode ser o mais forte do século foi uma das principais causas do agosto mais quente dos últimos dez anos na cidade de São Paulo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média das temperaturas máximas no mês foi de 26°C. É a décima mais alta para o mês desde o início das medições, em 1943. O pico de calor aconteceu na última segunda-feira (31), com 32,2°C, a maior temperatura do inverno. Os dados também revelam que nunca houve um ano com tão pouco frio no período de janeiro a agosto desde 1943.

“O calor é reflexo do forte El Niño deste ano, que bloqueia a entrada de massas polares. Além disso, o fenômeno eleva as temperaturas e provoca períodos de chuvas intensas e fortes secas no Estado”, explica Marcelo Schneider, meteorologista do Inmnet.

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El Niño do século – O El Niño, aquecimento anormal das águas do Pacífico que influencia as temperaturas de todo o mundo, deve ser o mais violento do século XXI, de acordo com as previsões da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Ele começou em março e tem tudo para durar até abril do ano que vem. Segundo os meteorologistas do NOAA, as temperaturas médias da superfície do mar em uma zona chave do Pacífico equatorial poderiam alcançar ou superar os 2 graus Celsius acima do normal, o que só foi registrado três vezes desde que começaram as medições, em 1950. Ele pode ser mais intenso que o El Niño registrado em 1997-1998, conhecido como o “El Niño do século”, por suas consequências em diversos lugares do mundo.

No Brasil, ele provocou fortes ondas de calor na época e, apesar das previsões de chuvas, causou uma grande seca no Estado de São Paulo. Isso acontece porque o Estado fica em um lugar que seria como uma “fronteira” entre as regiões de mais e menos chuvas. Assim, de acordo com um complexo combinado de condições atmosféricas, o El Niño pode causar chuvas ou secas no Estado. Normalmente, quando há o fenômeno, existe uma probabilidade de 60% de chuvas acima da média em São Paulo, de acordo com pesquisas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

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Por enquanto, ele tem mantido as temperaturas elevadas, com picos de chuvas e secas no Estado. “O fenômeno faz o clima ficar muito instável, com variações intensas”, explica Schneider. “Na média, ele costuma trazer chuvas acima da média para São Paulo, mas, como as temperaturas são altas, a evaporação da água também é intensa.”

Ou seja, mesmo com a maior quantidade de tempestades, o volume d’água talvez não seja o suficiente para resolver o problema da escassez hídrica do Estado, pois o vapor volta para os céus rapidamente. Na região da Cantareira foi registrado o segundo mês mais seco em 85 anos de medições e o volume de água recebido pelas represas do sistema Alto Tietê é o menor desde 1930.

Previsão – Para os próximos dias, a umidade deve voltar a crescer e as temperaturas vão diminuir a partir desta terça-feira (1), segundo as previsões do Inmet. Nos próximos dias, a média na cidade será entre 13°C e 15°C e a chegada de uma frente fria deve provocar um fim de semana frio, com temperaturas ainda menores.

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