Dez anos da exploração em Marte mostram que ambiente quente e úmido pode ter abrigado vida
Revelação é da revista 'Science', que comemora a data com uma edição especial sobre as missões no planeta vermelho


Panorama de dunas de areia em Marte
(NASA/JPL-Caltech/Cornell University/VEJA/VEJA)
Imagem do solo marciano com cores trocadas para destacar o desgaste das rochas, em uma região conhecida como "Home Plate"
(NASA/JPL-Caltech/Cornell University/VEJA/VEJA)
Pôr do sol em Marte, fotografado da cratera Gusev
(NASA/VEJA/VEJA)
Close de pedras esféricas na superfície de Marte, capturado por Opportunity
(NASA/VEJA/VEJA)
A imensidão vazia de Marte, fotografada por Opportunity durante um mês em que esteve preso na areia do planeta
(NASA/VEJA/VEJA)
Pequenas rochas esféricas ricas em hematita, fotografadas por Opportunity
(NASA/VEJA/VEJA)
Esferas de hematita presas em camadas de sedimentos finos em uma rocha mostram que as duas estruturas se formaram em momentos diferentes
(NASA/VEJA/VEJA)
Imagem do "El Dorado Dune Field", montada com fotografias tiradas durante vários dias pelo robô Spirit
(NASA/VEJA/VEJA)Algumas das rochas mais antigas estudadas pela sonda robótica Opportunity demonstram que, há cerca de 4 bilhões de anos, Marte tinha um ambiente úmido e quente, condições favoráveis o bastante para abrigar vida. A revelação está na edição especial da revista Science, publicada nesta sexta-feira em homenagem aos dez anos da aterrisagem das sondas Opportunity e Spirit no planeta.
A edição revisa as descobertas da década e mostra como a análise dos últimos minerais coletados pela missão confirmou que Marte possuía um ambiente menos inóspito do que o atual – o planeta é hoje frio e seco. “Essas rochas são as mais antigas já examinadas na missão e revelam condições mais favoráveis para a vida microbiana do que qualquer outra evidência examinada antes pelas investigações com a Opportunity”, afirma Ray Arvidson, cientista da Universidade de Washington e um dos principais envolvidos na missão.
Nasa
Sondas Spirit e Opportunity
As últimas pesquisas encontraram os mais antigos vestígios de água documentados pela Opportunity. Além disso, a geoquímica das rochas de 4 bilhões de anos indicaram a existência de depósitos aquosos que provavelmente abrigaram vida. “Se em algum momento houve vida no planeta, então esse teria sido o barro de onde ela veio”, afirmou o cientista brasileiro Paulo de Souza, colaborador da missão desde o início de sua operação.
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Essas evidências mostram que algumas das rochas coletadas pela Opportunity foram formadas em locais menos ácidos que favorecem a vida microbiana. “Quanto mais exploramos Marte, mais interessante ele se torna. Estamos encontrando outros lugares em que o planeta revela ser mais quente e úmido e isso nos motiva a procurar ainda mais evidências de vestígios de vida ali”, afirma Michael Meyer, cientista que lidera o programa de exploração de Marte da Nasa.
Em 2003, a Nasa lançou as missões Spirit e Opportunity para explorar Marte. Elas pousaram no planeta no ano seguinte, com a previsão de explorá-lo por noventa dias. Há dez anos a Opportunity realiza missões em Marte, enquanto a Spirit teve atividades encerradas em 2011. Juntas, fizeram importantes descobertas sobre o passado do planeta.