A solução europeia para o Protocolo de Kyoto luta para ganhar força, afirmaram negociadores e observadores reunidos em Durban, na África do Sul, durante a COP 17, a conferência sobre o clima da Organização das Nações Unidas, que teve início na segunda-feira e vai até 9 de dezembro.
Segundo o plano da União Europeia (UE), todos os maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo concordariam em costurar um pacto vinculante em 2015 e implementá-lo até, no máximo, 2020. “Atrasar a ação é caro e perigoso. Precisamos agir agora, precisamos elevar nosso nível de esforço”, afirmou o alto negociador da União Europeia, Artur Runge-Metzger.
Tanto China quanto Estados Unidos, os dois maiores emissores de gás carbônico do mundo, atacaram o plano, assim como os países em desenvolvimento, que querem que os ricos aprovem um compromisso mais rápido sobre financiamento e corte de emissões.
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COP
As COP (Conference of Parties, em inglês) são os encontros dos países que assinaram dois acordos na Rio 92; um sobre a biodiversidade e outro sobre as mudanças climáticas. A COP sobre diversidade biológica é bianual, e realizou sua décima edição em outubro de 2010. A COP sobre mudança climática é realizada anualmente, e Durban, na África do Sul, sedia sua 17ª edição.
FUNDO VERDE
O Fundo Verde, cujo princípio foi adotado durante a COP 16, no fim de 2010, deve fornecer financiamento a partir de 2013 e aumentar periodicamente até 2020, ano em que os países industrializados prometeram destinar por ano US$ 100 bilhões aos países em desenvolvimento para que possam enfrentar as mudanças climáticas.
EFEITO ESTUFA
O efeito estufa ocorre quando alguns gases da atmosfera aprisionam a radiação infravermelha. Esse efeito faz o planeta ficar mais quente, assim como uma estufa de plantas mantém a temperatura interior mais alta. O efeito estufa é causado por gases como o gás carbônico, o metano e o óxido nítrico. Quanto mais gases desse tipo existirem em suspensão, mais o ar retém o calor. É por isso que os gases do efeito estufa podem acelerar o aquecimento global.
O negociador climático dos Estados Unidos, Jonathan Pershing, reconheceu a necessidade de maiores esforços após 2020, mas disse que o plano europeu põe a carroça na frente dos bois. “Alguns países querem estipular antes quais devem ser os passos de um acordo legalmente vinculante. Outros, incluindo o nosso, demonstraram que querem saber mais sobre o conteúdo deste acordo antes de se comprometer com um documento legal em particular”, afirmou.
Fundo Verde – A criação do Fundo Verde, concebido para financiar os países em desenvolvimento com a finalidade de ajudá-los a enfrentar as mudanças climáticas, também sofreu contratempos na COP 17.
Embora a maioria tenha se pronunciado favorável a uma aprovação rápida do Fundo Verde, Estados Unidos, Arábia Saudita e Venezuela, em nome da Alternativa Bolivariana para a América (Alba), emitiram reservas por diferentes motivos.
Mas os Estados Unidos, a Venezuela em nome da Alba, e Arábia Saudita não quiseram adotar um relatório estabelecido por um “comitê transitório” que, há um ano, elabora as bases do mecanismo. O negociador americano, Jonathan Pershing, informou durante a sessão que a proposta do comitê era “precipitada” e continha “erros e incoerências”.
A Venezuela, em nome da Alba, se opôs ao papel acertado pelo Banco Mundial à gestão do Fundo, enquanto a Arábia Saudita destacou que os recursos deveriam ser públicos.
A maioria dos delegados, em particular os da União Europeia, de Japão e da Austrália, insistiram na importância de fazer com que esta ferramenta fosse operacional em Durban.
A presidente da sessão, a chanceler sul-africana, Maite Nkoana-Mashabane, suspendeu a decisão sobre o tema à espera de consultas informais a portas fechadas.
Conheça a história de todas as COP clicando no gráfico abaixo:
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