O sistema de identificação biométrica, apresentado no cinema e na televisão como ferramentas de combate ao crime à prova de falhas, na verdade está longe da perfeição. Essa é a conclusão de um relatório do Conselho Nacional de Pesquisa Científica dos Estados Unidos. Ela serve de advertência para o governo brasileiro, que acaba de ampliar o uso das urnas biométricas nas eleições de 2010.
Empresas e órgãos públicos vêm se voltando para os sistemas biométricos como um meio melhor de rastrear terroristas nas fronteiras, controlar o acesso a edifícios ou abrir acesso a dados bancários. Sensores de impressão digital já aparecem em produtos como laptops e celulares.
O levantamento afirma, porém, que sistemas que dependem de impressões digitais, impressões da palma da mão e reconhecimento de voz são “inerentemente falíveis”. Os autores pedem às agências governamentais que venham a adotá-los que se certifiquem de que o sistema corresponde à propaganda.
Bob Blakley, do Grupo Burton de Estratégias de Privacidade e Identidade, que trabalhou no relatório, disse que governos e empresas precisam se certificar de que a tecnologia adotada estará à altura do desafio. “Não devemos optar pela biometria porque ela fica bem em filmes de ficção científica. Devemos fazer isso quando ela for a solução mais eficiente para um problema”, disse ele.
Ele afirmou que muitos sistemas biométricos de larga escala funcionam bem, citando como exemplo o banco de impressões digitais do FBI, ou o sistema de digitais usado para evitar fraude eleitoral na Nigéria. “No entanto, esses sistemas foram cuidadosamente projetados e revisados por especialistas. É muito fácil usar um bom scanner de biometria e montar com ele um mau sistema”, advertiu.
(Com agência Reuters)