Arqueólogos israelenses descobriram na Baixa Galileia um poço do período Neolítico com dois esqueletos humanos de 8.500 anos, informou nesta quinta-feira a Autoridade de Antiguidades de Israel. A descoberta, realizada em um lugar denominado Enot Nissanit, nas margens ocidentais do Vale de Jezreel, foi feita por acaso, durante as escavações para o alargamento de uma estrada.
Os esqueletos são de uma mulher de 19 anos e de um homem mais velho, de 30 e 40 anos. Os arqueólogos não puderam determinar se eles caíram em seu interior por acidente ou foram jogados. “O que está claro é que, depois da queda desses indivíduos, a água deixou de ser potável, por causa da contaminação, e o poço deixou de ser usado”, afirmou, em comunicado, o diretor das escavações, Yotam Tepper.
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NEOLÍTICO
O período neolítico, também chamado de Nova Idade da Pedra, marcou o desenvolvimento da tecnologia humana, em especial a agricultura, a partir do ano 9.500 a.C, no Oriente Médio. É considerado o período final da Idade da Pedra.
Tepper destacou que o poço está ligado a um antigo assentamento agrícola. A parte superior foi construída com pedras, e a inferior, escavada em rocha bruta. Duas grandes pedras arrematam a entrada do poço, que tem oito metros de profundidade e 1,3 metros de diâmetro na abertura superior.
Além dos restos humanos, Tepper ressaltou que foram encontrados inúmeros utensílios, como facas de sílex (um tipo de rocha), pontas de flechas e outros itens talhados em pedra. As ferramentas são fundamentais para o estudo da vida das pessoas que cavaram o poço. Segundo Tepper, essas comunidades foram formadas pelos primeiros agricultores do vale de Jezreel.
“O poço demonstra a impressionante habilidade para o trabalho com pedras que os antigos habitantes tinham”, afirmou ao jornal The Jerusalem Post o diretor de escavações. “Não há dúvidas de que a construção do poço foi um esforço de toda a comunidade e que levou muito tempo.”
“Os poços desse período são achados únicos na arqueologia de Israel e, provavelmente, no mundo pré-histórico em geral”, disse Omri Barzilai, chefe do Departamento de Pré-história da Autoridade de Antiguidades. Os poços mais antigos do mundo foram achados no Chipre. “Parece que o homem antigo tentou idealizar fórmulas para proteger a água potável de possíveis contaminações. Por isso, costumava armazenar a água em um lugar que não fosse acessível pelo gado”, concluiu Barzilai.
(Com EFE)