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A química do amor

Embora seja agradável pensar que seguimos o coração, a verdade é que a ciência tem explicações menos poéticas para as demandas românticas. Saiba como ela explica as questões amorosas, resultado de mecanismos puramente fisiológicos, que envolvem hormônios e receptores cerebrais. E por que nada disso vai importar quando você estiver apaixonado

Por Aretha Yarak e Guilherme Rosa
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h19 - Publicado em 12 jun 2013, 07h34

“Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como tristeza, pena, dor e medo”. A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira. Significa que aquele amor envolto em corações flutuantes, que foi incessantemente idealizado por escritores, poetas e cineastas não é bem do jeito que eles pintam. Esqueça o cupido, a sorte ou mesmo a união sublime e inexplicável de almas. “Nada é tão ao acaso, nem tão romântico”, diz Carmita Abdo, psiquiatra coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o intuito único de propagar a nossa espécie. Em outras palavras, amamos porque somos o resultado de um processo evolutivo bem sucedido: ao entrarmos em uma relação estável, as chances de criarmos com sucesso nossos descendentes são muito maiores.

De acordo com a biologia evolutiva, o vínculo criado por casais apaixonados garante a segurança da espécie. Focado na sua família, o homem gasta energia em mantê-la bem provida, oferecendo todas as oportunidades para que seus filhos cresçam e perpetuem sua carga genética. Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor – no caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada.

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Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É ela que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio. De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. BestSeller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz. E é nosso organismo ainda quem ajuda a escolher por quem nos apaixonamos: enquanto os homens tendem a procurar mulheres com o quadril largo (característica vinculada à progesterona, que sinaliza uma boa fertilidade), as mulheres procuram um homem que transpire sucesso e segurança. Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu – a variabilidade garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.

Ah, o amor – Embora a ciência consiga ainda explicar por que, afinal, os homens levam a fama de ser mulherengos (eles são fábricas de espermatozoides que precisam ser espalhados), ela ainda não nos tirou o gosto pelas incertezas do amor. Por mais que você saiba que o hormônio que corre no seu corpo e te faz sentir frio na barriga é a dopamina, você ainda vai, sim, curtir o primeiro beijo, o primeiro amor e sua primeira paixão. E vai se emocionar com os filmes românticos de Hollywood, com as poesias de Vinícius de Moraes e as músicas melosas de Adele. “A paixão pode ser desconfortável, uma situação de extremo êxtase. Mas quanto mais descomunal, melhor. O ser humano vive buscando situações de risco, de perigo, que saiam do cotidiano e da mesmice”, diz Carmita Abdo.

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