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Viagem de Lula a Portugal, na próxima semana, já provoca polêmica

Partido de direita português chama presidente de "ladrão" e convoca portugueses e brasileiros que vivem no país para manifestação

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 17 abr 2023, 12h01 - Publicado em 16 abr 2023, 17h25

A uma semana de ter início, a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Portugal já está cercada de grande polêmica e uma certa apreensão. O partido de ultradireita local, o Chega, convocou para o dia 25 de abril um grande ato contra a visita de Lula ao país-irmão, em frente à Assembleia Nacional, sede do Poder Legislativo português, em Lisboa. No panfleto de convocação para o protesto divulgado neste sábado, 16, nas redes sociais, uma foto do mandatário de perfil aparece ao lado da frase “Lugar de ladrão é na prisão”, numa clara referência ao período em que Lula ocupou uma das celas da Polícia Federal de Curitiba – entre abril de 2018 e novembro do ano seguinte.

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Os entreveros em torno da passagem do presidente por Portugal, entre os dias 22 e 25 deste mês, no entanto, não se limitam à manifestação marcada pelo partido de ultradireita. Inicialmente estava previsto que Lula faria um discurso na sessão comemorativa pelos 49 anos da Revolução dos Cravos – que depôs o regime militar e iniciou o processo democrático naquele país – na Assembleia da República, o Parlamento Português. Com vários deputados se posicionando contra a participação de um líder estrangeiro no evento comemorativo, as autoridades locais propuseram que o presidente brasileiro se pronuncie em uma sessão solene separada.

O clima em torno da próxima viagem internacional de Lula, no entanto, se tornou mais quente neste sábado, quando o presidente do partido Chega, o deputado André Ventura, terceiro colocado na disputa presidencial portuguesa, marcou manifestação contra a presença do presidente brasileiro e convocou portugueses e brasileiros radicados no país a se engajarem no ato. A sigla, conhecida como de ultradireita, nacionalista, conservadora e economicamente liberal, fundada em 2019, postou nas redes sociais: “No dia 25 de abril, rumamos todos à Assembleia da República para mostrar que não queremos o Lula da Silva em Portugal. A partir das 9h horas da manhã, junte-se a nós!”. Um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), logo depois, compartilhou a chamada para o protesto.

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Em janeiro passado, o líder do partido Chega já havia chamado Lula de “bandido” durante uma sessão do Parlamento português. Na ocasião, o presidente da Assembleia, Augusto Santos Silva (Partido Socialista), rebateu Ventura afirmando que aquela era uma “expressão ofensiva em relação ao presidente de um país muito amigo de Portugal”. A polêmica ganhou novos capítulos agora. Apesar de condenar as recentes declarações do presidente brasileiro sobre a guerra na Ucrânia, o Partido Democrata Social (PSD) português saudou publicamente a presença de Lula nas comemorações de 25 de abril em Lisboa. Em contrapartida, o partido Chega voltou a atacar descrevendo a situação como “ultrajante”, num vídeo que enviou às redações de imprensa. Após a visita do líder brasileiro à China e aos Emirados Unidos, o tom do partido de ultradireita ainda subiu mais. O presidente do Chega defendeu que Lula deve ser condenado pela “proximidade com a Rússia”, pela “incapacidade de ver o sofrimento do povo ucraniano” por “sua proximidade à China”.

Além das comemorações da democracia portuguesa, Lula estará no país para participar da cúpula bilateral Portugal-Brasil, reunião conjunta dos dois governos. As lideranças dos dois países também vão estar na entrega do Prêmio Camões ao cantor, compositor e escritor Chico Buarque. Na sequência da viagem, o presidente deve ir à Espanha.

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