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Tragédia familiar

Pai tentou impedir o filho universitário de participar de manifestações estudantis. Como não conseguiu, matou o rapaz com seis tiros e depois se suicidou

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 nov 2016, 14h24

Era uma questão de tempo para que o pior acontecesse. No feriado de 15 de novembro, por volta das 14 horas, o estudante de matemática Guilherme Silva Neto, 20 anos, discutiu com o pai, o engenheiro civil Alexandre José da Silva Neto, 60 anos. O garoto, integrante de uma turma de black blocs, disse que participaria de uma manifestação na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, contrariando ordens do pai. “Não quero ver meu filho preso pela polícia na rua. Se você sair de casa, não vai voltar mais”, ameaçou Alexandre. O rapaz retrucou: “A casa não é só sua. A minha mãe paga todas as contas”. Em meio à discussão, Alexandre quebrou o celular do filho e saiu. Guilherme chorou. “Prefiro morrer a viver desta forma, aprisionado pelo meu pai”, desabafou. Três horas depois, o estudante pegou uma mochila, colocou dentro dela um pequeno machado e se despediu da mãe. “Eu vou lá, mas volto, mãe”, disse. Guilherme não voltou. Após sair de seu prédio e caminhar por uma quadra, o garoto foi alvejado por cinco tiros disparados pelo pai, que o esperava na rua. Ferido, o estudante tentou correr, mas tombou na calçada. O pai se aproximou e disparou o tiro fatal.

Em entrevista a VEJA, a delegada aposentada Rosália de Moura, mãe do rapaz, ainda sob o efeito de sedativos, tentou explicar a tragédia. “O pai era muito possessivo e tinha um amor doentio pelo filho”, disse. “Ele ligava e mandava mensagens para o menino a cada dez minutos, perguntando onde ele estava. Na verdade, ele tinha medo de perder o nosso filho único”. Três semanas antes do assassinato, Alexandre colocara Guilherme na rua — e trocara a fechadura da porta do apartamento. Os dois discutiram sobre o envolvimento do estudante de matemática com os protestos estudantis. Mas esse não era o único motivo de discórdia. O pai implicava com o comportamento do filho, proibia o garoto de ir a algumas festas e tentava controlar o horário de suas refeições. “Ele perdia o eixo quando Guilherme não correspondia a esse amor doentio”, lembrou Rosália, chorando. Após executar o filho, Alexandre se aproximou do corpo ensanguentado, abraçou-o e, em seguida, se matou com um tiro na boca.

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