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Traficantes ‘cadastram’ jornalistas no Complexo da Maré

No momento da visita do governador Pezão e do secretário Beltrame ao conjunto de favelas, ocupado por militares, equipe de TV se perdeu do comboio e foi obrigada a deixar dados pessoais com traficantes armados

Por Pâmela Oliveira
5 Maio 2014, 18h17

Uma equipe de reportagem do SBT foi cercada por criminosos armados na favela Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, na última sexta-feira. Os jornalistas, que foram à favela acompanhar a visita do governador Luiz Fernando Pezão e do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, ao complexo, foram abordados pelos bandidos após a saída do governador, pouco depois das 16 horas. Os jornalistas não chegaram a ser agredidos fisicamente, mas foram obrigados a deixar os nomes e os telefones de contato com os bandidos, numa espécie de “cadastro” para intimidação. O bando não explicou o que faria com as informações.

A visita de Pezão e Beltrame começou por volta das 15 horas, na favela Baixa do Sapateiro. Após falarem sobre o aumento dos índices de criminalidade divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), o governador e o secretário caminharam até o CIEP Elis Regina, localizado entre a Baixa do Sapateiro e a Nova Holanda, favelas dominadas por facções rivais. Após rápida visita, os dois deixaram a favela, escoltados por jipes do Exército e militares fortemente armados. A equipe do SBT se perdeu do comboio e foi rendida.

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Ocupado pelas forças de segurança pública desde o dia 30 de abril, o Complexo da Maré está longe de ser um local considerado seguro. A ocupação não garante cobertura para todos os pontos, antes dominados por duas facções criminosas e por milicianos. A equipe do site de VEJA esteve na Maré, na sexta-feira. Só havia militares na Praça do 18, local informado pelas assessorias de imprensa do governador e do secretário como ponto de encontro. Em outros locais, o policiamento é raro.

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O clima nas ruelas do conjunto de favelas é de hostilidade com a Força de Pacificação, o que talvez explique a falta de militares nas ruas mais estreitas. Em diversos muros, há xingamentos e incitações à violência contra os militares – chamados de periquitos. Nas pichações há ainda críticas às UPPs. As marcas de confrontos novos e antigos estão por toda parte. Na parede de uma casa de dois andares localizada em frente à praça do 18, o site de VEJA contou mais de 40 marcas de tiro de armas de grosso calibre. O imóvel fica em frente a duas quadras de futebol, frequentadas por adolescentes, e a poucos metros do CIEP Elis Regina. Os moradores, assim como ocorria na época em que os traficantes dominavam o território, evitam dar entrevistas.

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