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“Só Deus, meu filho e Jairinho sabem o que aconteceu”, diz mãe de Henry

Em depoimento à Justiça do Rio, Monique Medeiros disse que tomou remédios para dormir sob orientação de Jairinho na madrugada do assassinato da criança

Por Marina Lang Atualizado em 10 fev 2022, 09h10 - Publicado em 9 fev 2022, 18h52

A professora Monique Medeiros, mãe e ré pelo assassinato do próprio filho Henry Borel, de 4 anos, afirmou em depoimento no 2° Tribunal do Júri fluminense que tomou dois comprimidos para dormir na madrugada em que a criança foi morta. Ela declarou ainda que seu então namorado Jairo Souza Santos Júnior, o ex-vereador Dr. Jairinho, teria acordado ela no apartamento em que os três viviam na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio de Janeiro) na madrugada de 8 de março, dizendo que a criança estava “esquisita” e que “não estava bem”. Monique alegou que se deparou com o garoto desacordado e com o corpo gelado, mas que acreditava que o menino estava vivo até a chegada no hospital. No entanto, quando foi questionada pela juíza Elizabeth Machado Louro se verificou os sinais vitais do garotinho, ela disse que não e que, portanto, não tinha certeza de que Henry estava vivo.

“Três pessoas sabem o que aconteceram: meu filho, que não está mais aqui, Deus e Jairinho. Temos provas concretas de que ele estava acordado. Vamos comprovar que eu estava dormindo e que quem estava acordado era ele”, afirmou, no começo da noite desta quarta-feira, 9. A professora também narrou que Jairinho teria dito, na audiência de dezembro, a um dos advogados de Monique que “não poderia comer ela, porque senão iria acertar contas com ele”. Jairinho permaneceu em silêncio na manhã de hoje, conforme VEJA mostrou.

Ela afirmou ainda que Jairinho lhe obrigava a tomar as medicações para dormir e que ficava irritado em caso contrário. Ao longo de seu depoimento, Monique também declarou que via pós brancos em bebidas que consumia, alegando que o político a dopava. Também narrou um episódio em que acordou sendo enforcada pelo ex-vereador. “Ele pulou o muro da minha casa, invadiu e se incomodou com a conversa no meu celular, que ele tinha a senha. Acordei sendo enforcada na cama ao lado do meu filho”, disse.

Em outra ocasião, a mãe de Henry decidiu se mudar do apartamento em que viviam por causa das brigas constantes, e Jairinho teria tido um ataque de fúria. “Ele foi me enforcando até a porta da cozinha. Peguei as minhas malas e ele começou a chutar todas as minhas malas que estavam na porta da cozinha e na sala. Ele começou a quebrar todas as minhas malas e deixou as paredes e as portas sujas”, declarou.

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“Ele só parava de gritar quando a gente namorava [fazia sexo]. Ele vem dei uma família que sempre tinha o controle de tudo, então queria controlar tudo. Todas as vezes que a gente namorava, ele ficava em cima de mim, me enforcando. Não existia outra posição, sempre na cama, em cima de mim, me enforcando, como se fosse uma posse, um controle”, declarou.

Celular na cueca

A mãe de Henry também contou à juíza que o então deputado estadual suplente coronel Jairo (Solidariedade) teria colocado o celular dentro da cueca para que não fosse apreendido pela polícia em março do ano passado. “Ele disse que o celular foi apreendido pela Polícia Federal [durante a Operação Furna da Onça]”, declarou Monique.

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Treinada por advogado para favorecer Jairinho

A mãe de Henry também disse que foi treinada pelo advogado André França Barreto, que representou o casal durante as investigações, para favorecer Jairinho no depoimento à polícia, e que teria mentido por estar sob pressão da família do político.

“Ele [Barreto] me treinou a isso para falar de uma maneira que não prejudicasse Jairinho”, disse. “Eu não sabia o que estava acontecendo. Eles me escondiam coisa porque já estavam vendo com outros olhos”, prosseguiu. Monique acrescentou, ainda, que o advogado cobrou 300 000 reais em espécie, que foram pagos imediatamente por Jairinho. Em seguida, iria cobrar uma cifra de 2 milhões de reais pela defesa dos dois. Barreto deixou de representar o casal quando eles foram presos, no dia 8 de abril do ano passado. A partir desse momento, cada um contratou equipes diferentes de defesa.

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