Sem apoio formal de Bolsonaro, centro-direita se embola para 2024 no Rio
Disputa pelo eleitorado do ex-presidente envolve pré-candidaturas avulsas no União, MDB, PL e PP
A centro-direita no município do Rio deverá ter ao menos quatro pré-candidatos à Prefeitura em 2024. Sem a expectativa do apoio formal do ex-presidente Jair Bolsonaro, o União Brasil, o PP, o MDB e o PL se preparam para lançar candidaturas avulsas no pleito. Quem saiu na frente foi o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil), que tem como padrinho o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, Rodrigo Bacellar, de entrada no União.
“Bacellar, nas vésperas de ir para o União, me convidou para ser pré-candidato”, disse Rodrigo Amorim. “Tenho um alicerce ideológico de centro-direita. Acho fundamental que a centro-direita tenha outros pré-candidatos, para se contrapor ao prefeito Eduardo Paes (PSD), que se alinhou com a esquerda. Sou um dos deputados mais fiéis à pauta conservadora.”
“Fui vice-líder da Assembleia no governo Cláudio Castro, mas quem saiu primeiro foi o presidente da Assembleia Legislativa (Rodrigo Bacellar)”, continuou Amorim.
Bacellar tem se movimentado na capital e nos municípios, o que vem desagradando aliados em colégios eleitorais importantes como Angra dos Reis, no Sudoeste do estado, e Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. A relação com os partidos de centro-direita, e mesmo com o PL, do governador Cláudio Castro, está estremecida – estão brigados há cerca de vinte dias. Para a capital, o partido de Bolsonaro ainda não tem nome definido, mas lançará candidato. De acordo com três fontes ouvidas por VEJA, Bolsonaro, no momento depois de ter retirado o nome do filho e senador, Flávio Bolsonaro, do páreo para 2024, tende a não apoiar formalmente nenhuma candidatura. A leitura é que uma derrota de qualquer nome que apoiasse se traduziria como derrota do próprio ex-presidente.
O MDB se planeja para sair com o nome do deputado federal Otoni de Paula à Prefeitura do Rio – ele, mesmo emedebista, é bolsonarista raiz, assim como Rodrigo Amorim. O PP está se preparando para lançar o atual secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr, conhecido como Doutor Luizinho. Já está definido que Luizinho deverá voltar a ocupar sua cadeira na Câmara dos Deputados, desta vez como líder do PP, no lugar do deputado federal André Fufuca, já apontado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, como ministeriável na reforma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará para agradar o Centrão. O PL ainda não definiu, mas está entre o general Eduardo Pazuello e o senador Carlos Portinho.