Sabesp retira 1/4 do volume morto do Cantareira em 35 dias
Empresa já consumiu 47,3 bilhões de litros da reserva profunda
Por Da Redação
10 jul 2014, 09h40
Em 35 dias consecutivos de captação de água, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já retirou 26% dos 182,5 bilhões de litros do chamado volume morto do Sistema Cantareira. Até quarta, segundo boletim do comitê anticrise que monitora a seca do manancial, a empresa já havia consumido 47,3 bilhões de litros da reserva profunda das Represas Jaguari e Jacareí, na cidade de Joanópolis, cerca de 100 quilômetros da capital paulista.
As obras necessárias para a captação inédita do volume represado abaixo do nível das comportas da Sabesp custaram cerca de 80 milhões de reais, e as bombas flutuantes foram acionadas no dia 15 de maio pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O bombeamento, contudo, só começou, de fato, em 4 de junho, um dia após o volume útil das Represas Jaguari e Jacareí zerar. Juntas, elas representam cerca de 80% da capacidade do Cantareira.
Hoje, restam 57 bilhões de litros do volume morto desses dois reservatórios. Se a queda do nível de armazenamento mantiver o mesmo ritmo, essa reserva deve se esgotar em cerca de um mês. A partir de então, a Sabesp deve começar a retirar 78 bilhões de litros do volume morto da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, a terceira em tamanho entre os cinco reservatórios do sistema.
Pelos cálculos mais pessimistas da Sabesp, todo o estoque do volume morto deve acabar até 27 de outubro. Nesse período, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) espera que as chuvas voltem a cair no manancial, normalizando os reservatórios. Desta forma, afirma a Sabesp, o abastecimento de água na Grande São Paulo estará garantido até meados de março de 2015.
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Mais água – Diante da possibilidade de a crise de estiagem se prolongar, a Sabesp já cogita usar mais 100 bilhões de litros do volume morto do Cantareira. Ao todo, o sistema possui cerca de 480 bilhões de litros que ficam abaixo do nível das comportas da Sabesp.
A ideia enfrenta resistência da Agência Nacional de Águas (ANA), um dos órgãos gestores do manancial, ao lado do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo do Estado. A ANA defende que a Sabesp deixe 5% da atual cota do ‘volume morto’ para depois de novembro. Análise estatística feita pelo comitê anticrise mostra que a probabilidade de o Cantareira acumular até abril de 2015 um volume de água suficiente para tirá-lo da crise é de apenas 25%.
(Com Estadão Conteúdo)
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