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Promotora que fez campanha para Bolsonaro deixa caso Marielle

De acordo com o MP, Carmem Eliza Bastos de Carvalho tomou a decisão após a repercussão das imagens de suas redes sociais

Por Leandro Resende, do Rio de Janeiro
Atualizado em 1 nov 2019, 18h08 - Publicado em 1 nov 2019, 17h45

A promotora do Ministério Público Carmem Eliza Bastos de Carvalho decidiu deixar de atuar na investigação das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Reportagem da VEJA mostrou que ela fez campanha para Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições de 2018 e postou uma imagem ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), que quebrou uma placa com o nome de Marielle.

De acordo com o MP, ela pediu para deixar o caso após a repercussão das imagens de suas redes sociais. Em uma carta aberta, a promotora afirma que em 25 anos de carreira “jamais atuou sob qualquer influência política ou ideológica” e que a repercussão das suas postagens nas redes sociais alcançaram seu ambiente “familiar e de trabalho”.

“Nessa perspectiva, em razão das lamentáveis tentativas de macular minha atuação séria e imparcial, em verdadeira ofensiva de inspiração subalterna e flagrantemente ideológica, cujos reflexos negativos alcançam o meu ambiente familiar e de trabalho, optei, voluntariamente, por não mais atuar no Caso Marielle e Anderson”.

Carmem estava na coletiva do Ministério Público na quarta-feira 30, quando foi revelado que era falso o depoimento do porteiro que relacionou o presidente Jair Bolsonaro a morte de Marielle. À polícia, o porteiro afirmou que, no dia 14 de março de 2018, “seu Jair” autorizou a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra. Bolsonaro e Ronnie Lessa, suspeito de ter feito os disparos que mataram Marielle e Anderson, são vizinhos. De acordo com o MP, o porteiro falou com Ronnie Lessa e foi ele quem autorizou a entrada.

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Carmem só passou a atuar no caso após os suspeitos se tornarem réus. “Sua designação foi definida por critérios técnicos, pela sua incontestável experiência e pela eficácia comprovada de sua atuação em julgamentos no Tribunal do Júri, motivos pelos quais Carmen Eliza vem sendo designada, recorrentemente, pela coordenação do GAECO/MPRJ para atuar em casos complexos”, diz trecho de nota do MP.

Um dos casos mais rumorosos em que Carmem atuou foi o do pedreiro Amarildo de Souza. Em 2013, ele foi torturado, morto e teve seu cadáver escondido por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, na Zona Sul do Rio. No episódio, ela fez parte do grupo que denunciou 25 PMs, inclusive o então comandante da UPP Rocinha, major Edson Santos. Em 2015, abriu e arquivou uma investigação sobre a participação de policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais no crime.

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