Após uma rebelião que resultou em nove mortes e 99 fugas, Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia passa por uma vistoria nesta quarta-feira (3). A inspeção está a cargo do Tribunal de Justiça de Goiás, a quem a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), deu o prazo de 48 horas para fornecer informações sobre as condições da unidade prisional.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás, a unidade prisional passou por uma revista padrão no fim de outubro de 2017.
De acordo com o governo goiano, os presos da Colônia Agroindustrial, do regime semiaberto, que estavam na ala C do complexo prisional, invadiram as alas A, B e D, o que levou ao confronto entre grupos rivais na última segunda-feira (1). Ainda segundo o estado, a situação no momento está controlada e os detentos feridos já receberam atendimento médico e retornaram para a unidade.
Anápolis
Um dia depois do início da rebelião, dois agentes penitenciários foram assassinados em Anápolis, na região metropolitana de Goiânia. Eduardo Barbosa e Ednaldo Monteiro foram mortos a tiros em dois pontos diferentes da cidade, que fica a cerca de 60 quilômetros da capital.
De acordo com a secretaria de Segurança Pública, Barbosa sofreu uma emboscada no bairro Boa Vista após ter saído do trabalho. Foram disparados mais de 30 tiros contra o agente. Ele tinha 24 anos e atuava como vigilante temporário no presídio da cidade.
Monteiro também foi assassinado a tiros dentro do seu carro quando saía da floricultura de propriedade de sua família. A vítima já tinha ocupado o cargo de supervisor da unidade prisional de Anápolis. De acordo com a secretaria estadual, não há informações sobre ameaças aos agentes por parte de presos ou grupos criminosos.
As investigações sobre os dois crimes estão a cargo da Polícia Civil, que não divulgou informações sobre suspeitos.