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Presépios de Natal, um dos símbolos da Cracóvia

Por Por Maja CZARNECKA
15 dez 2011, 13h32

Há gerações, um concurso para a escolha do mais belo presépio de Natal da Cracóvia atrai centenas de artistas de todas as idades, uma tradição dos tempos do Advento e que se tornou um dos símbolos da antiga capital real da Polônia.

Confeccionados a mão, em madeira, papelão ou até em papel de alumínio de todas as cores, esses presépios são verdadeiras obras de arte que exigem um trabalho minucioso e precisão de engenheiro.

Leszek Zarzycki, 57 anos, conjuga as duas habilidades. Engenheiro mecânico, é considerado um genial construtor de presépios. Neste ano, voltou a ganhar o Grande Prêmio, pela 11ª vez.

“Um presépio da Cracóvia deve, necessariamente, reproduzir os elementos de arquitetura da cidade, o sino da igreja de Nossa Senhora e seu trompetista, as muralhas, a porta do batistério, os domos dourados das capelas reais do castelo de Wawel”, explica ele.

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Há até representações de dois metros de altura e as muito pequenas, de apenas 20 centímetros.

Alguns, mais raros, são confeccionados em renda; outros, ecológicos, são feitos de folhas de louro e de laranjas secas.

Todos atraem multidões de visitantes admirados.

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A história dos presépios remonta ao tempo de São Francisco de Assis, que criou o primeiro no século XIII e os monges franciscanos introduziram a tradição, na Polônia.

Os poloneses a modificaram à sua vontade. Ao lado da Santa Família, dos pastores e dos reis Magos, eles fizeram reviver seus próprios Santos, como Santa Faustina, São Maximiliano Kolbe e, certamente, o Papa falecido, o beato João Paulo II, já venerado como um Santo em sua pátria.

Os autores gostam, também, de colocar em suas representações, figuras emblemáticas da Polônia. Este ano, dedicado a Marie Slodowska-Curie, a Madame Curie, a cientista polonesa mais célebre, foi representada em seu laboratório de química.

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Também a história é lembrada nas cenas da natividade.

O 30º aniversário da instauração do Estado de sítio na Polônia, pelo general Wojciech Jaruzelski em 13 de dezembro de 1981 para esmagar o sindicato Solidariedade não foi esquecido em alguns.

A águia branca, emblema da Polônia, e sua bandeira branca e vermelha dão um toque patriótico.

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“Alguns presépios são muito políticos a meus olhos, mas deveriam passar, principalmente, mensagem religiosa”, destaca Anna Marczyk-Stankowska, 33 anos, mãe da pequena Natalka que entrou no concurso.

Mais da metade das cenas de Natal na manjedoura são realizadas por crianças, às vezes, com a participação de uma classe de aula inteira.

As crianças fizeram renascer a lenda do dragão da Cracóvia ou a do cavaleiro tártaro Lajkonik, um personagem do folclore local.

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Os imigrantes poloneses nos Estados Unidos também enviam seus presépios à Cracóvia, como forma de manter as tradições fora do país.

“É fantástico, não temos nada desse gênero no Reino Unido”, destacam Beryl Chetwynd e Trudy Hall, dois aposentados britânicos de visita à Cracóvia. “É maravilhoso preservar as tradições”, acrescentam eles, destacando que “a Polônia permanece um país católico”.

Na França, a abadia de Maillezais no Departamento de Vendeia, Vendée (oeste), vai expor os presépios da Cracóvia no período de 17 de dezembro a 8 de janeiro (abbayes.vendee.fr/animations/fiche.asp?SPC_ID=33).

A tradição polonesa não rejeita, no entanto a modernidade. O Museu histórico da cidade, organizador do concurso, lançou há três anos uma outra competição especial, desse vez para os presépios multimídia.

“Um presépio virtual nunca vai ganhar do nossos”, considera, no entanto, Leszek Zarzycki. “O tradicional tem um encanto mágico, capaz de nos maravilhar. Cada um tem seu próprio coração, sua alma e beleza”, disse.

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