A Polícia Militar aguarda orientações da Universidade de São Paulo para saber se deve ou não atuar na retirada dos alunos que invadiram o prédio da reitoria da instituição na madrugada desta quarta-feira, informou nesta manhã o capitão Carlos Almeida, comandante da 1ª Companhia do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que faz o policiamento na região da Cidade Universitária. “Aguardamos uma determinação do comando, que pode ser acionado pela reitoria”, afirmou. Até o momento, o reitor Grandino Rodas não se manifestou.
Neste feriado de Finados, os prédios da USP permanecem vazios, sem expediente. Segundo o comandante, cinco viaturas da PM e algumas motocicletas fazem o patrulhamento de rotina na Cidade Universitária. Meia dúzia de manifestantes, com os rostos cobertos por camisetas, descansam sentados sob um portão arrombado do prédio da reitoria, fazendo a guarda da ocupação. Cansados, eles se revezam em momentos de vigília e de cochilo, enquanto outros saem igualmente mascarados, entram em carros e vão embora.
Às 10h30 da manhã, invasores também continuavam acampados no prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), ocupado na última quinta-feira, 27, depois que estudantes protagonizaram o conflito com a PM no estacionamento do prédio do curso de Geografia. As paredes externas amanheceram pichadas. Por uma fresta da janela, é possível avistar adolescentes deitados em sofás, dormindo. Numa das salas, há uma televisão desligada – por meio da qual os jovens acompanhavam as notícias sobre a ocupação -, uma garrafa de vinho vazia e vassouras estão encostados em um móvel.
Um dos manifestantes instalados no prédio da FFLCH informou que ele e os companheiros de protesto preparavam uma faxina nas salas para entregar o prédio. Não explicou, contudo, como farão para limpar as pichações no muro externo. Depois de uma assembleia na noite desta terça-feira, os alunos decidiram, por 559 a 458 votos, deixar o prédio da FFLCH. Inconformados com a derrota na votação, outros manifestantes transferiram a ocupação para a reitoria.
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Bruno Abbud/VEJA