Enquanto peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli analisam as informações fornecidas pela reconstutição do atropelamento do jovem Rafael Mascarenhas, policiais da 15ª DP (Gávea) tentam descobrir mais sobre a suposta extorsão praticada por policiais militares contra a família do motorista Rafael Bussamra. O jovem que viajava no carona do Siena preto que aingil Mascarenhas, André Liberal, foi intimado para prestar novo depoimento na tarde desta terça-feira.
De acordo com os investigadores, o principal objetivo do novo depoimento é obter detalhes do pedido de 10 000 reais que, segundo o pai do motorista, Roberto Bussamra, foi feito para que o carro, já bastante danificado, fosse liberado na madrugada do acidente.
Dependendo do relato de Liberal, Roberto Bussamra, Rafael Bussamra e seu irmão, Guilherme, poderão ser indiciados por corrupção ativa. Roberto admitiu, em depoimento na semana passada, ter dado 1 000 reais do valor cobrado pelos policiais.
Advogado que presta assistência à família da atriz Cissa Guimarães, mãe de Rafael Mascarenhas, Técio Lins e Silva afirmou a Veja.com, na noite de segunda-feira, que ainda não há medidas decididas contra o atropelados. Lins e Silva, no entanto, fez um alerta sobre a tentativa de atribuir a extorsão exclusivamente aos policiais militares. “Para haver corrupção, tem que haver dois lados. E são dois lados de uma mesma moeda. Fala-se muito no corrupto, mas também existe a figura do corruptor”, disse o advogado.
O sargento Marcelo Leal Martins e o cabo Marcelo Bigon, lotados no 23º BPM (Leblon), estão presos administrativamente na unidade. Eles têm prisão preventiva pedida pela Corregedoria Interna da Polícia Militar à Justiça.