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Polícia aponta PM de São Paulo como 4º suspeito de matar bicheiro no Rio

Segundo fontes da Polícia Militar paulista, novo apontado teria deixado o país após o crime

Por Marina Lang Atualizado em 26 nov 2020, 21h37 - Publicado em 26 nov 2020, 17h49

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta quinta-feira, 26, o nome do quarto suspeito de participar da emboscada contra o bicheiro Fernando Iggnácio no último dia 10.

O policial militar Otto Samuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro é lotado em São Paulo e, segundo VEJA apurou, deixou o país após o crime. Ele é irmão do ex-PM do Rio Pedro Emanuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro, o Pedrinho, também apontado como um dos suspeitos de ser um executor do contraventor.

Ygor Rodrigues Santos da Cruz, o Farofa, e o cabo da PM Rodrigo Silva das Neves, que é lotado no 5º Batalhão da Polícia Militar, na Praça da Harmonia, região central do Rio, completam o quarteto que, segundo a polícia, planejou e executou o ataque a Iggnácio. Todos eles já são foragidos da Justiça.

(Polícia Civil/Reprodução)

Na semana passada, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) já havia coletado as armas usadas no crime.

A DH conseguiu traçar a rota de fuga usada pelos assassinos após a emboscada no dia 10 por meio de câmeras de segurança e chegou a um condomínio residencial em Campo Grande, na Zona Oeste, a cerca de 40 km de distância do local onde Iggnácio foi executado.

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Quando os agentes foram efetuar a prisão em flagrante do cabo da PM, encontraram as armas em dois cômodos do imóvel no qual reside a namorada de Das Neves. Um fuzil FAL 7,62, dois AK-47 e um AR-15 foram apreendidos. Uma perícia preliminar apontou que o FAL 7,62 foi usado no atentado contra o bicheiro.

Segundo o delegado Moysés Santana, responsável pelas investigações, os foragidos não são envolvidos com o Escritório do Crime, grupo de matadores formado pelo ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em uma operação na Bahia em fevereiro deste ano. Investigações conduzidas pela DH e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro mostraram que Iggnácio vinha sendo monitorado pelo consórcio de assassinos há pelo menos três anos. As apurações apontam que, com a morte do capitão Adriano e as prisões dos irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, o grupo perdeu suas principais lideranças e se desmantelou.

Reportagem do “Fantástico” do último domingo, 22, mostrou que os quatros suspeitos pela morte de Iggnácio já haviam estado no local do crime nas duas madrugadas anteriores ao dia do crime. O registro foi feito pelo circuito das câmeras no local. Eles usaram um veículo Fox branco clonado para planejar e executar o ataque.

A polícia afirma que eles usaram um terreno baldio ao lado do heliponto para fazer a emboscada. O grupo ficou cerca de quatro horas aguardando a chegada de Iggnácio, que estava voltando de Angra dos Reis, no sul fluminense, desacompanhado de seguranças – de acordo com os investigadores, o contraventor costumava chegar de lá sem os guarda-costas que habitualmente faziam sua escolta.

O bicheiro era genro do famoso contraventor Castor de Andrade (1926-1997), cuja herança segue sob disputa intensa entre familiares do patriarca.

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Fernando Iggnacio foi assassinado no Rio na tarde desta terça-feira (Polícia Civil/Reprodução)

Iggnácio herdou de Castor de Andrade as máquinas de caça-níqueis e de videopôquer pouco antes do patriarca morrer. Andrade sofreu um infarto fulminante em abril de 1997. O filho do contraventor, Paulo de Andrade, ficou com os negócios do jogo do bicho – ele morreu assassinado um ano após o pai, em 1998.

Quem gerenciava a parcela de Paulinho era o primo Rogério de Andrade – que é suspeito pela morte do parente naquele ano.

Quando as apostas de jogo do bicho começaram a minguar, Rogério invadiu a seara das máquinas de caça-níquel, tomando parte dos negócios de Iggnácio.

Desde então, eles vinham disputando territórios na máfia da contravenção da Zona Oeste da cidade – não sem deixar um rastro de assassinatos de policiais, milicianos e desafetos ao longo das últimas décadas.

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