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Justiça expede mandados de prisão contra acusados de matar bicheiro no Rio

Polícia Civil identificou todos os quatro suspeitos envolvidos na morte do contraventor Fernando Iggnácio na Zona Oeste da cidade; eles estão foragidos

Por Marina Lang Atualizado em 24 nov 2020, 20h57 - Publicado em 24 nov 2020, 20h53

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) expediu nesta terça-feira, 24, três mandados de prisão contra os suspeitos da morte do bicheiro Fernando Iggnácio, genro do contraventor Castor de Andrade que foi assassinado a tiros no último dia 11 em um heliponto no Recreio dos Bandeirantes, bairro da Zona Oeste do Rio.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) identificou o ex-PM Pedro Emanuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro, o Pedrinho, e Ygor Rodrigues Santos da Cruz, o Farofa. O último suspeito foi identificado pelos policiais ontem e não teve o nome revelado para não prejudicar as investigações.

Na semana passada, a Delegacia de Homicídios já havia coletado as armas usadas no crime e identificado um dos suspeitos: o cabo da PM Rodrigo Silva das Neves, que é lotado no 5º Batalhão da Polícia Militar, na Praça da Harmonia, região central do Rio.

(Polícia Civil/Reprodução)

Visto pela corporação como um mau policial devido a faltas e atrasos, Das Neves limpou os armários do batalhão dias após o crime – ele é tido como foragido desde a metade da semana passada. Com a expedição dos outros três mandados de prisão hoje, os quatro suspeitos estão foragidos da Justiça.

A DH conseguiu traçar a rota de fuga usada pelos assassinos após a emboscada no dia 11 por meio de câmeras de segurança e chegou a um condomínio residencial em Campo Grande, na Zona Oeste, a cerca de 40 km de distância do local onde Iggnácio foi executado.

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Quando os agentes foram efetuar a prisão em flagrante do cabo da PM, encontraram as armas em dois cômodos do imóvel no qual reside a namorada de Das Neves. Um fuzil FAL 7,62, dois AK-47 e um AR-15 foram apreendidos. Uma perícia preliminar apontou que o FAL 7,62 foi usado no atentado contra o bicheiro.

Segundo o delegado Moysés Santana, responsável pelas investigações, os foragidos não são envolvidos com o Escritório do Crime, grupo de matadores formado pelo ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em uma operação na Bahia em fevereiro deste ano. Investigações conduzidas pela DH e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro mostraram que Iggnácio vinha sendo monitorado pelo consórcio de assassinos há pelo menos três anos. As apurações apontam que, com a morte do capitão Adriano e as prisões dos irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, o grupo perdeu suas principais lideranças e se desmantelou.

Reportagem do “Fantástico” do último domingo, 22, mostrou que os quatros suspeitos pela morte de Iggnácio já haviam estado no local do crime nas duas madrugadas anteriores ao dia do crime. O registro foi feito pelo circuito das câmeras no local. Eles usaram um veículo Fox branco clonado para planejar e executar o ataque.

A polícia afirma que eles usaram um terreno baldio ao lado do heliponto para fazer a emboscada. O grupo ficou cerca de quatro horas aguardando a chegada de Iggnácio, que estava voltando de Angra dos Reis, no sul fluminense, desacompanhado de seguranças – de acordo com os investigadores, o contraventor costumava chegar de lá sem os guarda-costas que habitualmente faziam sua escolta.

O bicheiro era genro do famoso contraventor Castor de Andrade (1926-1997), cuja herança segue sob disputa intensa entre familiares do patriarca.

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Iggnácio herdou de Castor de Andrade as máquinas de caça-níqueis e de videopôquer pouco antes do patriarca morrer. Andrade sofreu um infarto fulminante em abril de 1997. O filho do contraventor, Paulo de Andrade, ficou com os negócios do jogo do bicho – ele morreu assassinado um ano após o pai, em 1998.

Quem gerenciava a parcela de Paulinho era o primo Rogério de Andrade – que é suspeito pela morte do parente naquele ano.

Quando as apostas de jogo do bicho começaram a minguar, Rogério invadiu a seara das máquinas de caça-níquel, tomando parte dos negócios de Iggnácio.

Desde então, eles vinham disputando territórios na máfia da contravenção da Zona Oeste da cidade – não sem deixar um rastro de assassinatos de policiais, milicianos e desafetos ao longo das últimas décadas.

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