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Petrobras: reabastecimento em SP será gradual

Falta de combustível prejudica empresa de ônibus e deixa motorista sem poder voltar para casa. PM fez desde terça-feira a escolta de setenta caminhões

Por Luciana Marques, Cida Alves e Marina Pinhoni
7 mar 2012, 15h53

A cidade de São Paulo vive nesta quarta-feira o terceiro dia com problemas no reabastecimento de postos de combustível. A greve dos caminhoneiros – que protestam contra a decisão da prefeitura de restringir a circulação de caminhões na Marginal Tietê – prejudica não só quem usa carro, mas quem presta serviços de transporte. Apesar de o prefeito Gilberto Kassab dizer que não falta mais combustível nos postos da cidade, a realidade nas ruas é outra. Para garantir a chegada do combustível ao menos para serviços essenciais, como carros de bombeiros, ambulâncias e geradores de hospitais, a Polícia Militar escoltou, das 8h de terça-feira até as 8h de quarta, setenta caminhões. Nesta tarde, havia seis operações de escolta em andamento na Grande São Paulo.

Em Brasília, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que o reabastecimento na cidade se dará de forma gradual. A Petrobras entrega combustível para a BR distribuidora, que faz a distribuição para os postos. “Desde a madrugada há uma movimentação muito grande para superar o atendimento abaixo da demanda que tivemos nas últimas horas”, disse Graça. “Tem havido o retorno gradativo. Não é um abrir e fechar de válvula. Tem toda uma movimentação da logística, uma retomada de deslocamento dos caminhões para carregamento, para entrega nos nossos revendedores.”

Graça Foster trabalha com a perspectiva de que, ainda hoje, o combustível distribuído pela BR terá chegado às bombas. “Somos muito ágeis na logística. As grandes distribuidoras têm uma capacidade muito grande de movimentação e já devem estar com uma frente de trabalho muito próxima da entrega junto aos postos, se é que já não entregaram.”

Segundo a presidente da Petrobras, não houve interrupção na entrega, mas algumas paradas por questão de segurança. Os sindicalistas formaram piquetes na saída das distribuidoras e atacaram motoristas que tentavam prosseguir com o serviço. “Chega uma hora que você tem de parar, a favor da própria segurança.” Dificuldades nos postos – “O abastecimento já voltou”, disse Kassab na manhã desta quarta-feira. Pouco depois de registrar a fala do prefeito, a reportagem do site de VEJA foi às ruas e encontrou uma realidade bem diferente dessa. Osnir Gonçalves Souza é gerente de uma garagem da Viação Gato Preto, na Lapa. A empresa é permissionária da prefeitura de São Paulo e faz diariamente o transporte de passageiros em ônibus de linha da capital. O caminhão que leva combustível diariamente para abastecer os 210 ônibus da garagem não aparece desde o início da greve. “Se eu não conseguir encontrar mais combustível, alguns ônibus vão ter que parar de rodar”, disse Souza. Ele foi logo cedo a um posto na Avenida Inajar de Souza, na zona norte da cidade, e comprou 3.000 litros de diesel. O combustível só será suficiente para abastecer vinte ônibus dos 210 da garagem. Na fila no mesmo posto estava o caminhoneiro Jorge Ramos, de 57 anos, que tentava abastecer seu caminhão, também usado a trabalho. Ele presta serviços para a prefeitura, nas Operações Cata-Bagulho, que retiram entulho dos bairros a pedido dos moradores. “Preciso trabalhar e não consigo. Já é o quarto posto em que eu tento abastecer e não tem combustível”, disse Ramos. Em um posto na Rua Alfredo Pujol, em Santana, na zona norte, o policial militar Natalício Pereira, de 44 anos, não sabia se conseguiria voltar para casa nesta quarta-feira. Ele veio de Presidente Prudente para resolver um problema no carro na capital, com a medida exata de combustível no tanque e agora não tem gasolina suficiente para a viagem de volta, de 600 quilômetros. Esse era o quarto posto em que ele parava e também não tinha mais combustível na bomba. “Acho um absurdo o preço, mas, para chegar ao meu destino, estaria disposto a pagar até 4,50 reais o litro.”

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