Pedetista admite que nomeou Lupi para seu gabinete
De acordo com reportagem do jornal 'Folha de S.Paulo', o ministro recebia salário por trabalho em dois órgãos públicos: um no Rio e outro em Brasília
Fundador do PDT, presidente de honra do partido e chefe do legislativo municipal do Rio por onze anos, Sami Jorge admitiu nesta quinta-feira que nomeou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em seu gabinete na Câmara dos Vereadores carioca, atendendo a pedidos de aliados políticos. Segundo ele, a prática é comum na cidade. Lupi trabalhou com Jorge de outubro de 2000 a novembro de 2005.
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“Nesse momento, obviamente que não. Autoridades muito superiores a minha estão ainda debatendo os assuntos pertinentes a esse senhor. Eu não teria meios que pudessem fazer julgar, favoravelmente ou não, a essa pergunta”, disse o ex-vereador, que atualmente tem um cargo na administração municipal do Rio como articulador político do prefeito Eduardo Paes (PMDB). “É um caso que não haveria como examinar. Seria melhor fingir que não recebi (o pedido de nomeação)”.
Reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo mostrou que Lupi teve dois cargos de assessor parlamentar em órgãos públicos durante cinco anos. Ele foi lotado no gabinete de Jorge entre outubro de 2000 e novembro de 2005 e teve um cargo na liderança do PDT na Câmara dos Deputados, em Brasília, entre dezembro de 2000 e novembro de 2005. Assim, ele trabalhado ao mesmo tempo em dois lugares, um no Rio e outro em Brasília. O jornal aponta que Lupi atuou como fucnionário fantasma.
No fim de 2006, após ser derrotado na eleição ao governo do Rio, Lupi voltou ao legislativo carioca, passou pelo gabinete de Jorge e de Charbel Zaib, outro vereador pedetista, até ser exonerado em fevereiro de 2007 – um mês antes de assumir o Ministério do Trabalho. De acordo com o Diário Oficial do Poder Legislativo do Município do Rio, Lupi foi contratado como consultor no gabinete de Zaib, em cargo com remuneração de 7 mil reais, ou 9,5 mil reais em valores atuais.
Apesar de afirmar que acredita que Lupi tenha desempenhado as funções para qual foi remunerado durante cinco anos e três meses na Câmara do Rio, Jorge não soube explicar que tipo de trabalho o ministro desempenhou. “Acho que ele desempenhou os serviços que lhes eram destinados”, disse.
(Com Agência Estado)