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Ossada de desaparecido político é identificada após 47 anos

Restos mortais estavam no Cemitério de Perus, em São Paulo, e foram atribuídos a Dimas Antonio Casemiro, militante torturado durante a ditadura

Por Agência Brasil Atualizado em 20 fev 2018, 18h12 - Publicado em 20 fev 2018, 18h10

Foi identificado o primeiro desaparecido político desde a retomada dos trabalhos de análise das ossadas do Cemitério de Perus, na Zona Norte paulistana, em 2014. A partir de exames de DNA realizados pela Comissão Internacional de Pessoas de Desaparecidas foi atribuída a identidade de Dimas Antonio Casemiro aos restos mortais encontrados.

Com então 25 anos, Casemiro foi torturado e assassinado por agentes da repressão da Ditadura Militar (1964-1985), em 1971. Militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) e do Movimento Revolucionário Tiradentes, ele teve a morte acobertada, segundo a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, com um falso relato de tiroteio em 19 de abril daquele ano.

Dimas Antonio Casemiro (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos/Reprodução)

A análise genética foi confirmada por estudos antropológicos, informações odontológicas e de altura, idade e causa da morte do militante, quando causada por arma de fogo.

Os resultados dos exames de DNA foram obtidos no último dia 16 de fevereiro, após comparação do material encontrado na vala com amostras de sangue de familiares do ativista.

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Vala clandestina

O processo de investigação sobre as ossadas de Perus tem um histórico de quase 30 anos. A vala clandestina foi aberta em setembro de 1990, durante a gestão da ex-prefeita Luiza Erundina (então no PT). No local, foram encontradas 1.049 ossadas sem identificação de vítimas de esquadrões da morte, indigentes e presos políticos.

Na época, a prefeitura determinou a apuração dos fatos e fez um convênio com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para a identificação das ossadas. Até hoje, apenas três pessoas tiveram as identidades confirmadas. Entre elas, o irmão de Dimas, Dênis Casemiro.

O trabalho foi interrompido e, em 2002, as ossadas foram levadas para o Cemitério do Araçá, na capital paulista, sob responsabilidade da Universidade de São Paulo (USP). Em 2014, por meio de cooperação da antiga Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) do governo federal (atual Ministério dos Direitos Humanos), da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o trabalho de identificação dos restos mortais resgatados da vala clandestina do cemitério de Perus foi retomado.

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