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Oscar Niemeyer, a beleza como função

Reportagem especial de VEJA desta semana mostra que a produção do maior dos arquitetos vai ficar como marca de um tempo em que alguns brasileiros decidiram fazer um país maior do que o Brasil

Por Gabriela Carelli
8 dez 2012, 07h46

Todos os mais de 600 prédios, palácios, residências, templos e monumentos assinados por Oscar Niemeyer em quinze países ficarão como marcas indeléveis do que houve de belo no século XX, um tempo sangrento de duas guerras mundiais, do embate mortal entre duas concepções de mundo, o capitalismo e o comunismo, defendidas ferozmente por arsenais nucleares de lado a lado que, combinados, poderiam destruir o planeta Terra milhares de vezes. Niemeyer nunca teve dúvida de qual era o seu lado. Sempre foi comunista. Em entrevista concedida à revista americana Time, em 1960, na ocasião da inauguração de Brasília, questionado sobre suas posições políticas de esquerda, respondeu: “Estou velho demais para mudar”. A mesma e imutável resposta seria dada aos 60, 70, 80, 90 e aos 104 anos, quase 105, que completaria em 15 de dezembro. Niemeyer morreu na semana passada, no Rio de Janeiro, de insuficiência respiratória depois de longa internação. Esse seria um epitáfio intrigante para o homem que, velho demais para mudar, foi autor de uma arquitetura nova demais para não mudar.

Brasília é fruto do apogeu do processo criativo de Niemeyer, aquele em que a originalidade superou a teoria e os dogmas de uma escola arquitetônica, permitindo a ele atingir o patamar de arte, com obras que vão ficar para sempre dialogando com as gerações. Arte que faz sentir e faz pensar; que deixa uns perplexos e outros embriagados de prazer estético; que emite sons e silêncios profundos; arte que produz no observador ansiedade, temor e hostilidade. A Brasília de Niemeyer está longe de ser unanimidade, mas, como o autor de seus prédios, não deixa ninguém indiferente.

“A arquitetura de fantasia ali valeu a pena porque tornou a cidade mais conhecida”, disse Niemeyer, certo de que no planalto central do país germinaria a mesma semente plantada nos anos 40 no conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte. Como ocorreu em Brasília, a Pampulha fora encomenda do amigo e então prefeito da capital mineira, Juscelino Kubitschek. O futuro presidente desenvolvimentista encontrou seu arquiteto na Pampulha. Seu arquiteto encontrou na Pampulha um estilo. Juntos, e depois na companhia do urbanista Lucio Costa, estruturaram o modernismo brasileiro, que romperia com o passado colonial e barroco do Brasil. Eles desenharam não apenas uma cidade, mas uma nação, resultado de uma aventura rumo ao centro-oeste que exigiu uma visão de mundo corajosa e ousada como a que levou o homem às grandes navegações e à conquista do espaço.

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