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O balanço dos seis anos de Operação Lava Jato: Curitiba 165 X Brasília 1

Num país com tradição de impunidade, especialmente dos crimes de colarinho-branco, os números impressionam

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 mar 2020, 06h00 - Publicado em 13 mar 2020, 06h00

A força-tarefa da Lava-Jato divulgou um balanço dos seis anos da operação. Em Curitiba, berço da investigação, foram realizadas setenta fases, que resultaram na condenação de 165 pessoas a mais de 2 200 anos de prisão. Além disso, quase 15 bilhões de reais desviados da Petrobras serão devolvidos aos cofres públicos, foram assinados 185 acordos de colaboração premiada e catorze de leniência. Num país com tradição de impunidade, especialmente dos crimes de colarinho-branco, os números impressionam. “Estamos diante da maior investigação de combate à corrupção da humanidade. E ela está longe de acabar”, declarou, com algum exagero, o delegado da PF Luciano Flores. Já em Brasília, onde são investigados e julgados os casos que envolvem políticos detentores de foro especial, a sensação, muitas vezes, é de que a investigação nem começou. Na capital, não houve balanço oficial, mas, se houvesse, os números seriam igualmente impressionantes — só que no sentido inverso.

Seis anos depois, o Supremo Tribunal Federal julgou apenas dois processos da Lava-Jato e condenou um único político — o ex-deputado Nelson Meurer. O parlamentar foi fisgado na terceira fase da operação, em 2014. Ele recebeu 29 milhões em propina para facilitar negócios entre empreiteiras e uma diretoria da Petrobras controlada por seu partido, o PP. Condenado a treze anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, foi preso apenas em outubro do ano passado. Ainda assim, o caso pode ser considerado uma exceção. Na mesma terceira fase da operação, o senador Fernando Collor foi flagrado no mesmo esquema, recebendo propina da mesma fonte e usando os mesmos canais para tentar esconder o dinheiro roubado. O processo dele, no entanto, nem sequer tem previsão para ser concluído. Os mais otimistas estimam que termine, no mínimo, daqui a cinco anos.

Publicado em VEJA de 18 de março de 2020, edição nº 2678

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