MST só deixará fazenda da Cutrale na sexta-feira
O juiz, que fixara multa de R$ 500 por invasor em caso de não cumprimento do prazo, acatou os argumentos do MST para o adiamento do período
Os 400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que invadiram nesta segunda-feira a Fazenda Santo Henrique, da empresa Cutrale, em Borebi (SP), só vão desocupar a área às 12 horas de sexta-feira, dia 26. Os sem-terra vão sair em comboio da fazenda invadida e seguirão para o centro de Bauru para um ato público com a participação de deputados do PT.
O prazo de 24 horas dado inicialmente para a desocupação pelo juiz da 2ª Vara Cível de Lençóis Paulista, Mário Ramos dos Santos, venceria hoje. O juiz, que havia fixado uma multa de R$ 500 por invasor em caso de não cumprimento, acatou os argumentos do MST para o adiamento do período.
De acordo com a coordenadora Judite Santos, o movimento alegou a necessidade de preparar a estrutura de transporte para os sem-terra que deixaram acampamentos em outras regiões do Estado para participar da ocupação. A negociação entre o juiz e os sem-terra foi intermediada pela Polícia Militar. O prazo maior foi festejado pelos invasores como uma vitória. A Cutrale informou que esperava o cumprimento da ordem judicial.
Ontem, os invasores voltaram a impedir a entrada de trabalhadores para a colheita de laranja. A coordenadora disse que o procedimento é de praxe em áreas ocupadas. “Não entramos na sede, nem em casas de funcionários, mas a entrada de pessoas é controlada pelo movimento”.
Os barracos foram montados em volta da sede e beirando as plantações, inclusive a área em que, na invasão de 2009, cerca de 12 mil pés de laranja foram destruídos por integrantes do MST (assista o vídeo abaixo). O movimento usou laranjas maduras para formar a frase “agrotóxico é crime” na entrada da fazenda e, com tinta branca, grafou “reforma agrária já, MST” no telhado da sede.
(Com Agência Estado)