Motorista que atropelou filho de Cissa será indiciado por homicídio com dolo eventual
Seu pai e seu irmão serão acusados por corrupção ativa de dois PMs que aceitaram propina para liberar o carro após o atropelamento
A polícia vai indiciar por homicídio com dolo eventual Rafael Bussamra, o motorista do Siena que atropelou Rafael Mascarenhas, filho caçula da atriz Cissa Guimarães. Os investigadores concluíram que, embora não tivesse intenção de matar, Bussamra assumiu e ignorou os riscos de atropelar as pessoas que estavam no túnel.
De acordo com uma fonte de VEJA.com ligada às investigações, a delegada Bárbara Lomba considerou que mesmo que desconhecesse a presença na galeria dos skatistas, o motorista admitiu a possibilidade de colocar em perigo a vida dos funcionários da prefeitura que faziam a conservação da pista.
O inquérito policial chega ao fim 40 dias após a morte do músico Rafael Mascarenhas, que andava de skate ao lado dos amigos Luís Quinderé e João Pedro Gonçalves no Túnel Acústico, na pista São Conrado – Gávea.
O material será enviado nesta terça-feira ao Ministério Público. Embora tenha terminado nesta noite o relatório do inquérito, Bárbara Lomba se pronunciará oficialmente sobre a investigação somente na quinta-feira.
Ela fará uma explanação para imprensa com apoio de recursos audiovisuais. Com essa apresentação, a delegada pretende detalhar como concluiu a tipificação do crime. A investigação mobilizou os investigadores da delegacia da Gávea, os peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que fizeram a perícia no carro de Rafael Bussamra, e os outros policiais civis que realizaram parte da reprodução simulada, que, no dia 27 de julho, reconstituiu passo a passo a cena do atropelamento.
No total, o inquérito de mais de 250 páginas ouviu 36 pessoas entre os acusados e testemunhas. Rafael, seu irmão mais velho, Guilherme, e o pai, Roberto Martins Bussamra, serão denunciados ao MP por corrupção ativa do sargento Marcelo Leal e do cabo Marcelo Bigon.
Roberto admitiu à delegada ter pago R$ 1 mil para que os policiais militares liberassem o filho após o atropelamento. Segundo o empresário, a família pagou o suborno por se sentir ameaçada pelos PMs. Ele denunciou que os policiais exigiram R$ 10 mil, mas o inquérito concluiu que a corrupção se deu pela concordância das duas partes, dos que receberam o suborno e dos que pagaram.
Marcelo Leal e Marcelo Bigon já estão respondendo por corrupção passiva na Justiça Militar. Eles estão presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro.