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Moro recebe auxílio-moradia mesmo tendo imóvel em Curitiba

Juiz da Lava Jato utiliza resolução baseada em liminar de 2014 do STF para justificar recebimento de mais de 4.000 reais por mês por benefício

Por Da Redação
Atualizado em 2 fev 2018, 15h56 - Publicado em 2 fev 2018, 12h31

O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato no Paraná, recebe auxílio-moradia de 4.377,73 reais por mês desde outubro de 2014 mesmo possuindo imóvel próprio em Curitiba. O pedido do juiz foi feito com base na decisão liminar do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que um mês antes havia permitido que magistrados recebessem o valor desde que não houvesse residência oficial designada.

Diante da decisão do ministro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou uma resolução regulamentando o pagamento. Alem de não existir uma moradia pública indicada, o pagamento foi vetado para dois juízes que vivam sob o mesmo teto. Em casos do tipo, apenas um pode receber o valor.

O pagamento do auxílio-moradia ganhou destaque nas últimas semanas diante de questionamento sobre os altos valores de remunerações de magistrados e pelo entendimento de que o benefício não deve ser contabilizado para fins do teto do serviço público federal, de 33.763 reais. Fux se baseou na percepção de que os adicionais previstos na Lei Orgânica da Magistratura (Loman) configuram ajuda de custo e, portanto, não estariam sujeitos a limitações.

A posse de um apartamento de 256 metros quadrados em um bairro de classe média de Curitiba, comprado por 173.900 reais em 2002 pelo juiz Moro foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira. Questionadas por VEJA, a assessoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), responsável pelo pagamento, e a assessoria de Moro se limitaram a justificar os critérios para o pagamento dos benefícios, operacionalizado pela presidência do tribunal após a decisão do STF e a resolução do CNJ.

Bretas

O caso de Moro é diferente da controvérsia envolvendo Marcelo Bretas, juiz responsável pela operação no Rio. Bretas entrou em rota de conflito com seus seguidores no Twitter depois que foi revelado que ele e a esposa, também juíza, recebem simultaneamente o benefício. Na rede social, o magistrado disse ter “o estranho hábito” de pedir algo na Justiça quando “penso ter direito”.

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Questionado pela Ouvidoria da Justiça Federal pelo pagamento em duplicidade, Bretas ingressou com uma ação judicial e conseguiu uma decisão que lhe permitiu continuar recebendo o benefício. Levantamento de VEJA mostrou que, em um único mês, o pagamento de auxílios a magistrados chegou a 105 milhões de reais em todo o país. Só de auxílio-moradia, foram 63,3 milhões de reais.

Em novembro do ano passado, o ministro Luiz Fux liberou o processo em que a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) pede o reconhecimento do direito, e que provocou a liminar hoje em vigor, para julgamento definitivo. O caso deve ser incluído pela presidente Cármen Lúcia para ser discutido em março pelo STF.

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