Moradora alertou desabamento aos gritos: ‘Tá caindo, sai, vai cair’
Juliana Carvalho Moura, que mora em frente aos edifícios que desabaram, disse que ouviu uma mulher tentando alertar os vizinhos
Por Da Redação
Atualizado em 12 abr 2019, 15h54 - Publicado em 12 abr 2019, 13h06
Juliana Carvalho Moura mora em uma casa em frente aos dois edifícios que desabaram na comunidade da Muzema, no bairro de Itanhangá, zona oeste do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 12. Ela contou que ouviu uma moradora do primeiro andar de um dos prédios gritando para alertar os vizinhos do desmoronamento iminente no início da manhã.
“Eram umas 6h30, e dava pra ouvir muitos estalos, barulho, e a mulher começou a gritar ‘tá caindo, tá caindo, sai, vai cair’. Achei que era a ribanceira que estava caindo, mas era o prédio”, contou. Segundo Juliana, quando ela chegou na rua os dois prédios já tinham desabado. “Era uma nuvem branca de poeira, enorme, não dava pra enxergar nada”. Ela afirmou que algumas pessoas podem ter conseguido escapar do desabamento saindo dos prédios por trás, pela mata.
O porteiro José Carlos de Souza, de 49 anos, sua mulher e sua filha de 12 anos escaparam do desabamento dos prédios porque resolveram passar a noite em Ipanema, no prédio onde ele trabalha. “A gente resolveu ficar por lá porque aqui estava tudo com muita lama desde a tempestade”, explicou Souza, que comprou o apartamento por 60 mil reais para poder sair da Rocinha, muito afetada pela violência.
Souza se mudou há três meses para o imóvel. “Eu tive sorte, muita sorte. Melhor que ter ganhado um prêmio. Porque a minha família estava comigo. O prêmio maior é a vida, né?”, afirmou. “De perda material foi tudo, praticamente tudo. Sai da Rocinha por causa da violência, vim pra cá achando que era melhor. A gente vê o prédio pronto, bonito, mas não sabe como é a estrutura”.
Pelo menos duas pessoas morreram, um homem e uma criança, e outras cinco ficaram feridas após o desabamento dos dois edifícios. O Corpo de Bombeiros trabalha nos escombros com uma lista de 17 nomes de pessoas que estariam desaparecidas. Eles isolaram a área da tragédia porque outros prédios do entorno estariam em risco iminente de desmoronamento. Cães farejadores estão no local.
De acordo com o subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel Marcelo Gisler, os dois corpos e três dos feridos foram resgatados pelos próprios moradores antes da chegada dos bombeiros. Os outros dois feridos foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros. “A maior dificuldade é o acesso ao local e a estrutura”, disse o coronel, acrescentando que eles temem pela integridade estrutural dos prédios vizinhos.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que uma mulher de 35 anos chegou ao Hospital Municipal Lourenço Jorge com um trauma no abdômen e está em procedimento cirúrgico. No início, os órgãos de socorro tinham informado que um homem havia sido resgatado pelos vizinhos e que o mesmo foi levado para um hospital próximo.
(Com Estadão Conteúdo)
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