Na próxima quarta-feira, representantes do Ministério Público estadual (MP-SP), da prefeitura e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) vão avaliar as medidas para eliminar o riscos da presença de gás metano no subsolo do conjunto habitacional Cingapura, situado na avenida Zaki Narchi, próximo ao Shopping Center Norte.
De acordo com a Cetesb, o local não corre risco de explosão iminente – ao contrário do shopping, mantido aberto mediante decisão judicial -, já que seriam poucas as áreas onde o gás ficaria concentrado. Com 35 blocos e cerca de 7.000 pessoas, o conjunto popular foi erguido em 1994 sobre o mesmo antigo aterro sanitário onde está o shopping. A camada de lixo no Cingapura atinge até quatro metros e meio de profundidade.
Moradores – “A responsabilidade da prefeitura sobre o Cingapura é similar a da administração do shopping”, explicou a promotora ambiental Cláudia Cecília Fedeli, que acompanha as medidas de emergência indicadas pela Cetesb. O órgão exige da prefeitura uma investigação detalhada e monitoramento contínuo até a instalação de um sistema de dutos de exaustão onde for detectada presença do gás, além da aplicação de pisos resistentes, que impeçam o vazamento da substância para os apartamentos. Outro ponto que vai receber a atenção do Ministério Público será a comunicação da questão aos moradores.
O principal receio é o de uma eventual remoção. “As crianças aqui tem escola perto e o centro tá logo ali. Não queremos sair”, diz a vendedora ambulante Raimunda Batista. “Uns dizem que tem gás, outros, que não. A gente fica assustada, mas parece que o problema é só em alguns blocos mais perto do shopping”, diz a auxiliar de limpeza Aparecida da Silva.
Por enquanto, o caso é acompanhado pela televisão. “Até agora não falaram nada. Como esse gás não tem cheiro, acaba que não sei”, disse o gari Levi Lopes da Silva, que na quarta-feira viu técnicos da Cetesb e da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) abrindo bueiros e caixas de inspeção para fazer as medições.
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