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Mesmo após campanhas, foliãs ainda sofrem assédio nos blocos

Mulheres relatam que abordagens inapropriadas continuam ocorrendo, mas notam melhora em relação a anos anteriores

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 fev 2018, 11h10 - Publicado em 12 fev 2018, 07h56
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  • Uma agente de viagens, que preferiu não se identificar, estava no bloco Agrada Gregos, no Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo, quando começou a ser apalpada na multidão. “Não tive dúvidas, virei, coloquei a mão na cara dele e disse que ia dar um tapa se ele não parasse”, contou. Casos como esse continuam ocorrendo mesmo com todas as campanhas contra assédio no Carnaval, segundo mulheres ouvidas pela reportagem de VEJA.

    A agente de viagens, no entanto, diz que vê melhora em relação a anos anteriores. “De quatro dias, só tive problema ontem [no Agrada Gregos]. Até que está mais tranquilo, mas só porque as mulheres estão se impondo mais”, avalia.

    Quem passou por situação semelhante foi a estudante de Medicina Larissa Naldi. “Você não pode nem fazer contato visual que já acham que pode ‘chegar chegando’. Mas eu disse firme: ‘Não’. E ele foi embora”, argumentou.

    A também estudante Lívia Teparotti vê nesse comportamento um reflexo de campanhas que buscam conscientizar sobre o assédio, como a “Não é Não”. “Antes, era comum dizer que mulheres diziam ‘não’ por frescura. Agora, me parece que você fala ‘não’ e realmente pensam que deve ser ‘não'”.

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    A jornalista Ana Paula Teixeira disse ter visto um caso problemático no Carnaval deste ano. “Um homem bêbado sendo muito grosso com uma mulher, que parecia namorada dele”, disse. “Acho que muitas ficam mais livres de assédio porque, como a gente, estão com um amigo homem. Ainda é arriscado ficar sozinha”, afirma.

    Para a administradora Inaê Coutinho, as “mulheres estão conseguindo se impor mais”, mas o predomínio do “Não é Não” no Centro e na Zona Sul também tem relação com o perfil do público. “São regiões que concentram mais os blocos com muito público LGBT. Isso influencia”, considera.

    O que muitas das mulheres ouvidas por VEJA sobre o assunto nos dois primeiros dias do Carnaval concordam é que a situação piora quando se formam grandes aglomerações em espaços reduzidos. “Em um lugar apertado, os homens acham que ninguém vai perceber”, critica a agente. “No meio da confusão, aumenta essa sensação ruim, esses toques mais agressivos. Aqui, mais no canto, fica mais tranquilo”, completa Larissa .

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