Mais seis policiais da Rota são afastados em São Paulo
Ação contra suspeitos de planejar fuga de um detento terminou com morte de seis suspeitos, três presos e pelo menos cinco foragidos. Após abordagem, três PMs foram detidos acusados de execução
Mais seis policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foram afastados de suas funções de rua, na terça-feira, após terem participado de uma ação da tropa que terminou com a morte de seis suspeitos em um estacionamento da Zona Leste da capital paulista. Na terça-feira, três policiais já haviam sido presos suspeitos de executarem uma das vítimas durante a ação. Os dois tenentes, um sargento, um cabo e dois soldados estão à disposição de oficiais na sede da Corregedoria da Polícia Militar, no Centro. Os PMs prestam esclarecimentos sobre a ocorrência, já que os depoimentos deles teriam contradições.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os seis policiais não estão presos. Eles ficam durante o dia na Corregedoria e podem ir para a casa à noite. A sala da imprensa da PM havia divulgado quarta-feira que os policiais estavam recolhidos e iriam “cumprir prisão disciplinar por até cinco dias’. Nesta quinta-feira, entretanto, a corporação apresentou outra versão e disse que eles só não podem trabalhar na rua, e apenas cumprem “expediente administrativo”.
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Até a tarde de terça-feira, a Corregedoria da PM tinha divulgado apenas a prisão em flagrante dos três primeiros policiais: um soldado, um cabo e um sargento. Eles foram detidos por homicídio doloso (com intenção) e estão no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte.
Execução – De acordo com o comandante da Rota, Salvador Madia, a operação começou às 21 horas de segunda-feira, após o Batalhão de Choque receber uma denúncia de que um grupo de criminosos estava reunido em um estacionamento da Zona Leste para planejar o resgate de um preso do Centro de Detenção Provisória do Belém.Com a informação, 24 homens da Rota – divididos em seis equipes – chegaram no local e, segundo Madia, foram recebidos a tiros.
Seis suspeitos morreram, três pessoas foram presas e pelo menos cinco fugiram. No local, os policiais apreenderam um Renault Logan, um Ford Fiesta, um Fiat Palio, 3 000 reais, maconha, cocaína e armas, entre elas algumas de uso exclusivo das Forças Armadas, além de quatro coletes à prova de balas.
Aproximadamente meia hora após a polícia abordar os suspeitos na operação, uma testemunha ligou para o 190 dizendo que uma pessoa estava sendo agredida por policiais perto de sua casa e que havia escutado disparos. O crime teria acontecido a cerca de seis quilômetros do local onde o grupo criminoso estava reunido.
“Há indícios fortes, além do depoimento da testemunha, de que houve um crime doloso contra essa vítima, ou seja, um homicídio. Por isso os três policiais foram autuados em flagrante”, afirmou o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Jorge Carrasco.
(Com Agência Estado)