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Máfia da merenda: ex-chefe de gabinete da Casa Civil paulista operava na sede do governo

Grampos da Operação Alba Branca mostram Luiz Roberto "Moita" conversando com lobista que operou esquema de fraudes em contratos para fornecimento de merenda escolar

Por Da Redação
1 fev 2016, 11h11

Grampos da Operação Alba Branca, que investiga fraudes em contratos de fornecimento de merenda a escolas estaduais de São Paulo, mostram que o ex-chefe de gabinete da Casa Civil paulista, Luiz Roberto do Santos, conhecido como “Moita”, operou de dentro do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, em favor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), centro das investigações. O conteúdo dos grampos foi publicado hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo.

As ligações interceptadas mostram Moita conversando com o funcionário da Coaf Adriano Gilbertoni Mauro e Marcel Ferreira Julio, apontado pela Alba Branca como lobista e operador do esquema. Marcel é filho do ex-deputado estadual Leonel Júlio.

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No diálogo com Adriano, em 19 de novembro de 2015, o ex-chefe de gabinete de Edson Aparecido, secretário de governo de Geraldo Alckmin, diz buscar contato com a prefeitura de Mongaguá, cidade do litoral sul paulista, “para ver como é que funciona lá” e depois dar um retorno a Marcel. Moita foi exonerado da Casa Civil um dia antes da deflagração da operação pela Polícia Civil.

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Segundo o ex-presidente da Coaf Cássio Chebabi, que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo ainda não homologado, o esquema de corrupção atingiu ao menos 22 prefeituras paulistas que mantinham negócios com a cooperativa investigada na Alba Branca.

Em conversa com Marcel em 4 de dezembro de 2015, na qual informou ao lobista “eu to no Palácio”, Moita diz estar “enrolado com esse negócio de escola pra cima e pra baixo não dá nem pra eu pensar nas minhas coisas”.

Mais tarde, no mesmo dia, Moita relatou ao lobista ter recebido uma orientação de Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação de São Paulo, a respeito da renovação de em um contrato da Coaf. Padula teria indicado que, ao invés de protocolar na Secretaria um aditivo ao contrato, a cooperativa solicitasse um reequilíbrio econômico do acordo. Assim, o valor contratado seria aumentado, e não mantido, em função de “atualização monetária de dólar, aquelas coisas”, conforme as palavras de Moita ao telefone.

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O ex-chefe de gabinete da Casa Civil de São Paulo ainda informa o operador de que o então secretário de Educação, Herman Voorwald, havia perdido o cargo. Moita aparece nos grampos cobrando agilidade no protocolo para reajustar no valor do contrato porque Voorwald “é o cara que estava na frente com isso, eu nem sei se continua, então protocola logo”.

Em seus depoimentos, Cássio Izique Chebabi declarou aos investigadores Marcel Ferreira Júlio lhe contou que o ex-secretário estadual da Educação do governo Geraldo Alckmin, Herman Voorwald, “recebeu 100.000 reais” para não contratar a Coaf e manter negócio com uma antiga fornecedora da pasta.

Operação Alba Branca – Conforme revelou a coluna Radar, de Vera Magalhães, a operação Alba Branca resultou na prisão de seis pessoas suspeitas de fraudes em contratos para o fornecimento de merenda em troca de pagamento de propina para agentes públicos.

As interceptações telefônicas dos integrantes da Coaf e depoimentos dos presos citam, além de Moita, Padula e Voorwald, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernand Capez, e o Secretário de Logística e Transportes do governo Alckmin, Duarte Nogueira. Também foram mencionados os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB), o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD). Capez nega as acusações feitas pelos presos da operação da Polícia Civil. Nogueira se diz “estarrecido e chocado” com as acusações e estuda uma interpelação judicial por calúnia e difamação contra quem o citou no caso.

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(da redação)

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