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Máfia da merenda: ex-presidente de cooperativa cita propina a Capez e secretário de Alckmin

Cássio Chebabi relatou a investigadores que um assessor do presidente da Alesp fazia ameaças à Coaf quando o pagamento de propina atrasava

Por Da Redação
27 jan 2016, 15h43

Cássio Chebabi, o ex-presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), investigada na Operação Alba Branca por suposta fraude na venda de produtos para merenda escolar, apontou aos investigadores os nomes do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB), e do secretário estadual de Logística e Transportes, Duarte Nogueira, como supostos beneficiários de propina de 10% sobre contratos da Secretaria de Estado da Educação no governo Geraldo Alckmin. Os depoimentos em que o ex-presidente da Coaf cita Capez e Nogueira constam de seu acordo de delação premiada, fechado com o Ministério Público de São Paulo na quinta-feira passada.

A força-tarefa de delegados e promotores de Justiça tem informações de que ao menos 22 prefeituras fizeram negócios com a Coaf. Capez e Duarte Nogueira negam as denúncias.

Em depoimento prestado aos investigadores no dia em que fechou o acordo de colaboração com o MP paulista, Chebabi citou o lobista Marcel Ferreira Júlio, filho do ex-deputado Leonel Júnior, e o vendedor da Coaf César Augusto Lopes Bertholino como operadores do esquema. “No fim de 2014, Marcel, vendedor, intermediário ou lobista, ligado ao vendedor César, informou que teriam como celebrar contrato com governo do Estado de São Paulo para o que teria que ser paga comissão de 10% para certas autoridades, sendo elas: deputado estadual Fernando Capez e o deputado federal Duarte Nogueira Junior”.

Segundo Chebabi, a Coaf recebeu 13 milhões de reais pelo contrato, do qual pagou “corretamente”, ou seja, sem atrasos, propina de 10%. O ex-presidente da cooperativa, que se declara agricultor, relatou que quando havia atrasos nos repasses às autoridades, devido a dificuldades financeiras, “eram feitas retaliações e ameaças, desde barrar a entrega dos produtos no Centro de Distribuição da Pasta Estadual da Educação na cidade de Cajamar até a transmissão de mensagens por ‘WhatsApp’ de um assessor do deputado Fernando Capez” que, segundo Chebabi, seria Luiz Carlos Gutierrez, conhecido como Licá.

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A propina a Duarte Nogueira se justificaria, segundo Chebabi, “porque havia sido secretário da Agricultura do governo de São Paulo”. Capez, de acordo com o agricultor, recebia “porque mantinha relação de proximidade com Marcel”. Chebabi ainda relatou que, a pedido de Capez, emprestou um carro Gol a um assessor do deputado para uso na campanha de 2014. Segundo o ex-presidente da Coaf, “o carro foi devolvido ‘cheio de multas’ ao final do período eleitoral. Ou seja, se tratava de ‘troca de favores’.”

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Deputado federal licenciado e ex-presidente estadual do PSDB, Duarte Nogueira se diz “estarrecido e chocado” com as acusações e estuda uma interpelação judicial por calúnia e difamação contra quem o citou no caso. Nogueira negou conhecer o Coaf ou Cássio Chebabi. “Eu nunca tinha ouvido falar na minha vida de Coaf, aliás, Coaf que conheço é aquele órgão de controle financeiro do Ministério da Fazenda que acionei várias vezes contra suspeitas de desvios quando fui líder do PSDB”, disse.

O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), nega taxativamente envolvimento com a organização criminosa que teria fraudado licitações para fornecimento de produtos destinados à merenda escolar em prefeituras e no âmbito da Secretaria da Educação do Estado.

Ainda não há data para novos depoimentos de Chebabi, que havia sido preso temporariamente no dia 19 de janeiro e foi libertado dois dias depois, quando fechou o acordo de delação premiada.

(Com Estadão Conteúdo)

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