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Lava Jato aponta R$ 1 milhão de concessionária a Tacla Duran

Segundo investigações, operador financeiro recebeu valores entre 2012 e 2014 sem que fosse prestado qualquer tipo de serviço

Por Da Redação Atualizado em 22 fev 2018, 21h01 - Publicado em 22 fev 2018, 12h54
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  • Alvo da operação Integração, 48ª fase da Lava Jato, a concessionária Econorte, do Grupo Triunfo, depositou, segundo as investigações, um milhão de reais ao operador financeiro Rodrigo Tacla Duran, entre 2012 e 2014. Também é investigado o envolvimento da concessionária paranaense com o operador Adir Assad, suspeito de realizar operações financeiras ilícitas para a empresa, responsável pela concessão de rodovias federais no norte do Paraná.

    Segundo a Lava Jato, os depósitos que somaram 1.005.714,50 de reais em favor de Tacla Duran foram repassados sem que fosse prestado qualquer tipo de serviço. Duran é apontado um dos principais operadores da Odebrecht, da qual era advogado — foragido, ele estaria escondido em Madri. Ele também se tornou desafeto de Sergio Moro depois que o juiz recusou-se ouvi-lo por considerá-lo “mentiroso”.

    De acordo com os investigadores, ele atuava como operador financeiro para diversas empreiteiras no país, auxiliando na produção de dinheiro em espécie ou operacionalizando pagamentos de propinas no exterior por intermédio de movimentação entre contas offshores.

    Em novembro de 2016, em buscas a alvos relacionados a Duran, o Ministério Público Federal ainda mencionou que outras empresas relacionadas ao Grupo Triunfo depositaram mais R$ 5 milhões a Duran e outros R$ 26 milhões para empresas de fachada de Assad. Entre as empresas que foram alvo de mandados de busca e apreensão naquela ocasião estava a Econorte.

    A ação desta quinta tem como base as investigações relacionadas às atividades aos dois operadores, assim como apurações ligadas a irregularidades em concessões rodoviárias federais que foram realizadas inicialmente na Procuradoria da República em Jacarezinho, no Paraná. A apuração foi remetida à força-tarefa em Curitiba, pela conexão com os fatos da Lava Jato.

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    Os alvos principais da nova fase são servidores públicos e empresas investigadas por corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa e peculato, suspeitos de participar de um esquema de fraude na gestão das concessões rodoviárias federais no Estado do Paraná. As diligências ocorrem nos municípios de Londrina, Curitiba, Jataizinho, Paranavaí, Balneário Camboriú, Rio de Janeiro e São Paulo.

    Outro lado

    O grupo Triunfo, que administra a Econorte, negou irregularidades e disse que sempre contribuiu de forma transparente com todas as autoridades e segue à disposição para prestar os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos apurados na Operação Integração. Também disse que seus resultados financeiros são transparentes, auditados e públicos ao mercado. “Triunfo, Econorte e Rio Tibagi não contrataram os serviços de Adir Assad ou de Nelson Leal Junior”, diz a empresa

    O governo do Paraná também manifestou-se por meio de nota e disse que foi instaurado processo de investigação para apurar as irregularidades apontadas. “Tanto os contratos quanto os aditivos relacionados ao chamado Anel de Integração foram conduzidos pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), que é o poder concedente. E todos terminaram submetidos ao crivo da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná – Agepar, que homologou seus termos. Os contratos originais do Anel de Integração foram assinados em 1997”, diz a nota.

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    Rodrigo Taclan Duran afirmou que “todos os trabalhos prestados para o Grupo Triunfo foram indevidamente apreendidos em novembro de 2016, durante busca e apreensão ilegal autorizada pelo juiz Sérgio Moro”.

    Leia íntegra da nota de esclarecimento de Tacla Duran:

    “1. No dia dia 25 de abril de 2017, após dez pedidos de prorrogação de uma investigação iniciada em 14 de julho de 2015, a Receita Federal encerrou o procedimento de fiscalização contra meu escritório de advocacia sem lavrar auto de infração. Ou seja: toda minha movimentação financeira foi corretamente declarada e os respectivos impostos recolhidos.

    2. Conforme certidão emitida pela Receita Federal no dia 20 de fevereiro de 2018, anteontem, o escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados tem situação fiscal regular.

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    3. Todos os trabalhos prestados para o Grupo Triunfo foram indevidamente apreendidos em novembro de 2016, durante busca e apreensão ilegal autorizada pelo juiz Sérgio Moro, desrespeitando o sigilo profissional e outras prerrogativas, conforme despacho da presidência da OAB-SP.

    4. Sou espanhol, vivo em Madri com minha família, meu endereço é conhecido pelas autoridades espanholas e brasileiras. O juiz Sergio Moro tem meu endereço. A Justiça espanhola negou minha extradição e, no dia 19 de dezembro de 2017, a Receita Federal da Espanha encerrou fiscalização contra mim concluindo que eu não cometi qualquer irregularidade ou delito.

    5. Nunca sofri qualquer condenação criminal e tenho colaborado com a Justiça Espanhola e de diversos países. Embora o procurador Douglas Fischer, da Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, tenha recomendado o envio para a Espanha de supostas provas contra mim em poder do juiz Sérgio Moro e dos procuradores de Curitiba, conforme determinam acordos e tratados internacionais, até hoje isso não foi feito ao arrepio da lei.

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    6. Há uma denúncia apresentada por parlamentares junto à Procuradoria Geral da República, requerendo investigação sobre irregularidades ocorridas durante negociações do meu acordo de colaboração com a Força Tarefa do Paraná em março de 2016, o que torna impedidos tanto os procuradores da Lava Jato, quanto o juiz Sergio Moro, de conduzirem processos e investigações contra mim, uma vez que todos têm interesse direto no desfecho de quaisquer causas envolvendo meu nome.”

    (com Estadão Conteúdo)

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