O laudo preliminar da perícia realizada no ônibus sequestrado na noite de terça-feira, no centro do Rio, mostra que o veículo foi atingido por, pelo menos, 14 disparos de arma de fogo. Todos os tiros foram disparados de fora do coletivo para dentro. Por isso, a tendência é que todos tenham sido feitos por policiais. A perícia foi feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e as informações foram divulgadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Mais cedo, o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, admitiu que os policiais erraram ao alvejar o ônibus sequestrado. Os PMs tentaram atirar nos pneus para impedir o trajeto feito pelo veículo, que já havia furado dois cercos da polícia.
“Se há pessoas inocentes feridas é porque houve erros na operação. Não podemos negar que policiais efetuaram disparos com o objetivo de parar o ônibus. Não houve disparos de dentro para fora, caso contrário, os vidros estariam quebrados. Mas só a perícia pode confirmar”, avaliou Mário Sérgio, em entrevista coletiva no quartel-general da corporação.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, manifestou-se em nota sobre o sequestro. “Foi uma operação complexa, houve erro na forma com que a polícia tentou parar o ônibus, porém, em um segundo momento os policiais militares conseguiram evitar o que poderia de pior acontecer. O cerco com as viaturas e a bem sucedida negociação com os assaltantes foram fundamentais para o desfecho que culminou na rendição deles e a libertação dos reféns”, diz a nota.
Na terça-feira, logo após a prisão de dois dos criminosos e da liberação de reféns, Mario Sérgio havia considerado a ação bem realizada. E disse que, dentro da grave situação existente, foi o desfecho “dentro do possível”.