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Laboratório falhou no controle e priorizou lucro, diz polícia no caso dos órgãos infectados

Investigação apura se havia grupo criminoso voltado à falsificação proposital dos testes

Por Lucas Mathias 14 out 2024, 13h19
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  • Operação da Polícia Civil teve como um dos alvos dos mandados o laboratório PCS Lab Saleme, onde foram feitos os testes que erraram o diagnóstico de HIV
    Operação da Polícia Civil teve como um dos alvos dos mandados o laboratório PCS Lab Saleme, onde foram feitos os testes que erraram o diagnóstico de HIV (Rafael Campos/Polícia Civil/.)

    A Polícia Civil do Rio afirmou, em coletiva nesta segunda-feira, 14, que a infecção por HIV dos pacientes que receberam órgãos transplantados foi causada por uma “falha no controle operacional” do laboratório, a partir de uma orientação que buscava lucro. A empresa em questão, o PCS Lab Saleme, era até então a responsável pelos testes para verificar a presença do vírus, a partir de licitação do estado, e agora está na mira dos agentes. Um dos sócios, Walter Vieira, foi preso nesta manhã, em operação da corporação, que teve ainda outros três mandados de prisão e 11 de busca e apreensão

    As investigações foram detalhadas pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, que explicou sobre a postura do laboratório no controle de qualidade de seus materiais. Segundo ele, o controle dos reagentes usados nas testagens não vinha sendo feito na frequência correta, o que interferiu nos resultados. “Houve uma falha de controle operacional na qualidade dos testes de HIV, tudo isso para obter lucro”, disse Curi. 

    A corporação apura ainda os contratos da empresa com o governo do estado e se havia ali uma organização criminosa voltada para a falsificação de testes de maneira proposital, o que tem sido negado pela defesa do local.  

    “Houve uma quebra do controle de qualidade, visando à maximização de lucro e deixando de lado a preservação e a segurança da saúde dos testes”, explicou o delegado André Neves, da Delegacia do Consumidor, que está à frente do caso. “Os reagentes precisavam ser analisados sistematicamente, diariamente, e houve uma determinação, que estamos apurando, para que fosse diminuída essa fiscalização de forma semanal. E com essa lacuna, flexibiliza e aumenta a chance de ter algum efeito colateral. É esse efeito devastador que nós estamos analisando”, completou. 

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    Ao todo, seis pessoas foram infectadas depois de receberem órgãos de dois doadores. Na operação desta manhã, foi preso além de Walter Vieira, Ivanilson Fernandes, um técnico contratado pelo laboratório e quem fazia a análise clínica do material que vinha dos pontos da central de transplantes do estado. Matheus Vieira, filho do sócio da empresa, também foi conduzido à delegacia, mas apenas para prestar esclarecimentos. Outras duas pessoas estão foragidas. 

    O grupo é  investigado por crime contra as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.

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