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Justiça manda a júri mãe que matou filho por ser gay em Cravinhos

Outros dois também serão julgados pela morte, enquanto o padrasto da vítima, Alex Canteli Pereira, responderá em liberdade por crime de ocultação de cadáver

Por Da Redação
3 out 2017, 20h08

A Justiça decidiu submeter a júri popular a mãe que matou o filho de 17 anos por ele ser homossexual, em Cravinhos, uma cidade de 34 mil habitantes na região de Ribeirão Preto, em dezembro de 2016. Além da mãe – a ex-gerente de supermercado Tatiana Ferreira Lozano Pereira, de 32 anos -, também serão levados a julgamento Victor Roberto da Silva, de 19, e Miller da Silva Barissa, de 18, ambos como executores do assassinato de Itaberli Lozano.

A vítima foi morta a facadas e teve o corpo queimado em um canavial. Os três responderão pelo crime de homicídio triplamente qualificado, já que teria sido cometido por motivo torpe, meio cruel e sem dar chance de defesa à vítima. Tatiana também é acusada de ocultação de cadáver.

Na mesma decisão, a Justiça mandou soltar o padrasto da vítima, Alex Canteli Pereira, por considerar que as provas contra ele são insuficientes para mantê-lo preso. O suspeito já deixou o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taiúva, mas responderá por ocultação de cadáver – ele ajudou a mãe a levar o corpo ao canavial. O Ministério Público Estadual vai recorrer contra a decisão de soltar o suspeito.

Tatiana e os outros dois acusados continuam na prisão. O advogado de defesa dela, Hamilton Paulino Pereira Junior, entrará com recurso sob a alegação de que as provas também são frágeis. O mesmo argumento será usado pelo advogado dos outros dois acusados, Flávio Tiepolo, para pedir a soltura deles.

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De acordo com a investigação policial, Itaberli foi morto no dia 29 de dezembro, mas seu desaparecimento só foi registrado dois dias depois, pela avó do jovem. O corpo foi encontrado, carbonizado em um canavial, no dia 7 de janeiro. O reconhecimento foi feito por meio de exame de DNA.

Antes de desaparecer, o adolescente postou em rede social ter sido agredido e ameaçado pela mãe por ser gay. “Que tristeza as famílias sem um pingo de amor, nem a mãe por um filho”, escreveu. “Família em primeiro lugar, é o que há ahahah”. Ao lado da foto em que estavam a mãe e o padrasto, numa referência às agressões, escreveu: “Queria ver a recepção dos dois na cadeia.”

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À polícia, a mãe inicialmente confessou ter dado uma facada no filho porque ele a atacara, mas depois mudou a versão e acusou os dois rapazes, a quem ela havia pedido apenas para dar “um corretivo” no filho. Eles, no entanto, afirmaram que bateram e tentaram enforcar o rapaz na casa da mãe, mas foi ela quem desferiu as três facadas que mataram Itaberli.

Tatiana teve ajuda do marido –padrasto do rapaz – para enrolar o corpo em um edredom, transportá-lo e queimá-lo. Houve ainda a participação de uma estudante de 16 anos, que acabou dando informações à polícia sobre o caso.

Homofobia

O MP diz que o crime foi motivado por homofobia, pois a mãe não aceitava o fato de o filho ser gay. Em depoimento, ela chegou a dizer que “não aguentava mais ele”, reclamando que o filho levava homens para casa e usava drogas. Já a polícia acredita que ele foi morto em razão de conflitos familiares. A data do julgamento será definida pela Justiça, que decretou sigilo no processo.

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(Com Estadão Conteúdo)

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