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Júri dos canibais é suspenso e recomeça nesta sexta

Ministério Público e os advogados de defesa terão duas horas e meia cada para apresentar os seus argumentos

Por Da Redação
13 nov 2014, 21h50

O julgamento do trio acusado de matar, esquartejar, comer e rechear salgados com os restos mortais de suas vítimas foi suspenso e será retomado nesta sexta-feira em Pernambuco. Os réus Jorge Beltrão Negromonte, de 52 anos, sua mulher, Isabel Cristina Pires, de 53, e a amante dele, Bruna Cristina da Silva, de 28, respondem pela morte da moradora de rua Jéssica Camila da Silva, de 17 anos. Os suspeitos confessaram à Polícia ter assassinado a jovem para roubar a sua filha, que na época tinha apenas um ano, e para “purificar a sua alma” mediante práticas de canibalismo. O trio foi indiciado por homicídio quadruplamente qualificado, além de vilipêndio (ultraje) e ocultação de cadáver.

A juíza Maria Segunda Gomes de Lima, que conduz o caso, suspendeu a sessão após serem ouvidos os três réus, o delegado que investigou os crimes e o psiquiatra forense que analisou a sanidade dos acusados. O grupo foi recebido com grito de revolta por parte da população de Olinda.

Nesta sexta-feira, o Ministério Público e os advogados de defesa terão duas horas e meia cada para apresentar os seus argumentos. Depois, o MP poderá fazer uma réplica de mais duas horas, e a defesa, uma tréplica com o mesmo tempo. Após as manifestações, o júri deve se reunir para decidir a sentença.

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Nesta quinta-feira, diante dos jurados, os acusados admitiram os crimes, afirmaram não ver diferença entre a carne humana e a bovina em relação ao sabor, e se disseram arrependidos por ter cometido os crimes.

Terceira a depor, Bruna, declarou que as cenas do assassinato de Jéssica “perdiam para Jogos Mortais“, em alusão ao filme de terror americano, que mostra pessoas sendo esquartejadas, estripadas e queimadas. “Eu fiquei apavorada. Nunca vi isso nem em filme. Jogos Mortais perdia. Minha Nossa Senhora, tremi tanto. Eu e Isabel limpamos tudo e pegamos os restos mortais. O Jorge cavou quatro buracos”, afirmou durante o interrogatório, segundo o jornal Diário de Pernambuco.

Em seguida, ela explicou porque comeu a carne de Jéssica. “Eu comi porque o Jorge disse que na Bíblia estava escrito que se matasse tinha que comer. Mas eu revirei a Bíblia toda e não achei isso”, disse, em tom de deboche.

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Entenda o caso – Segundo a polícia, o grupo acreditava fazer parte de uma seita intitulada de Cartel, que pregava a redução populacional e a purificação do mundo. Em depoimento, os réus relataram que escolhiam as vítimas de acordo com missões recebidas por entidades sobrenaturais. Depois de executar as mulheres, o grupo tirava a pele, desossava e fatiava os cadáveres. Em seguida, guardava porções das nádegas, coxas e do fígado na geladeira. O restante do corpo era enterrado no quintal da casa. Além de encontrar os restos mortais das vítimas, a polícia achou na casa um livro, escrito por Negromonte, que detalhava o modo e os motivos dos assassinatos. Os réus consideravam a ingestão de carne humana como um processo de “purificação da alma”.

No caso do processo que corre em Olinda, o grupo atraiu a moradora de rua, que na época tinha uma filha de 1 ano, oferecendo-lhe abrigo e um trabalho de empregada doméstica. Como não tinha condições biológicas de ter filhos, o casal Negromonte e Isabel planejava roubar a menina, segundo denúncia do Ministério Público. De acordo com a polícia, Jessica foi imobilizada no banheiro da casa, e em seguida levou um corte de faca na jugular. Todo o seu sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, seu corpo foi esquartejado e a pele retirada. A carne foi fatiada e guardada na geladeira. No dia seguinte, foi ingerida grelhada, temperada com sal e cominho. A criança também comeu da carne da mãe. O resto foi enterrado em forma de cruz no quintal.

Com Jéssica morta, a terceira integrante do grupo, Bruna, assumiu a identidade dela e passou a cuidar da menina. O assassinato da jovem só foi descoberto depois de a polícia prender o trio pela morte das duas mulheres em Guaranhuns, e encontrarem com eles a criança, que tinha, então, cinco anos. Na ocasião, ela foi entregue ao Conselho Tutelar. Os acusados também relataram à polícia que vendiam empanadas e coxinhas feitas com os restos mortais das vítimas pelas ruas de Guaranhuns.

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