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Acusados de canibalismo vão a júri nesta quinta em Pernambuco

Réus confessaram ter matado, esquartejado e ingerido os restos mortais das vítimas. Em dois casos, venderam salgadinhos recheados com carne humana

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 nov 2014, 06h43

Três pessoas acusadas de matar, esquartejar, comer e comercializar salgadinhos recheados com os restos mortais de suas vítimas vão a júri popular nesta quinta-feira no Fórum de Olinda, na Região Metropolitana de Recife. Os réus Jorge Beltrão Negromonte, de 52 anos, sua mulher, Isabel Cristina Pires, 53, e a amante dele, Bruna Cristina da Silva, 28, serão julgados pela morte da moradora de rua Jéssica Camila da Silva, 17 anos. O crime ocorreu em Olinda, em maio de 2008. Os acusados, que estão presos desde 2012, quando a ação foi descoberta, respondem pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver. O júri será formado por sete pessoas e conduzido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima.

Duas testemunhas devem ser interrogadas nesta quinta-feira: o delegado de Homicídios de Olinda, Paulo Berenguer, que investigou o caso, e o psiquiatra forense Lamartine Hollanda, que avaliou a condição mental dos acusados. Em novembro do ano passado, um laudo elaborado a pedido da Justiça pelo Hospital Psiquiátrico de Itamará (PE) atestou que os acusados não sofriam de transtornos mentais e, por isso, poderiam responder pelos atos que cometeram – segundo a Polícia Civil, eles confessaram os crimes durante os depoimentos.

O grupo também responde pela morte de outras duas mulheres – Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31 – em uma ação penal que tramita no fórum de Guaranhuns, no interior de Pernambuco. Este processo, ao contrário do de Olinda, está em sigilo de justiça e não tem data marcada para julgamento.

Originalmente, o júri estava marcado para o dia 20 de outubro, mas foi remarcado para esta quinta-feira porque o advogado das acusadas, Raniere Aquino de Freitas, foi preso em outubro deste ano. Ex-prefeito da cidade pernambucana de Sanharó, ele é suspeito de desviar dinheiro dos cofres municipais. Outros advogados assumiram a defesa das duas mulheres e a Defensoria Pública do Estado de Pernambuco passou a defender Negromonte.

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Entenda o caso – Segundo a polícia, o grupo acreditava fazer parte de uma seita intitulada de Cartel, que pregava a redução populacional e a purificação do mundo. Em depoimento, os réus relataram que escolhiam as vítimas de acordo com missões recebidas por entidades sobrenaturais. Depois de executar as mulheres, o grupo tirava a pele, desossava e fatiava os cadáveres. Em seguida, guardava porções das nádegas, coxas e do fígado na geladeira. O restante do corpo era enterrado no quintal da casa. Além de encontrar os restos mortais das vítimas, a polícia achou na casa um livro, escrito por Negromonte, que detalhava o modo e os motivos dos assassinatos. Os réus consideravam a ingestão de carne humana como um processo de “purificação da alma”.

No caso do processo que corre em Olinda, o grupo atraiu a moradora de rua, que na época tinha uma filha de 1 ano, oferecendo-lhe abrigo. Como não tinha condições biológicas de ter filhos, o casal Negromonte e Isabel planejava roubar a menina, segundo denúncia do Ministério Público. De acordo com a polícia, Jessica foi imobilizada no banheiro da casa, e em seguida levou um corte de faca na jugular. Todo o seu sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, seu corpo foi esquartejado e a pele retirada. A carne foi fatiada e guardada na geladeira. No dia seguinte, foi ingerida grelhada, temperada com sal e cominho. A criança também comeu da carne da mãe. O resto foi enterrado em forma de cruz no quintal.

Com Jéssica morta, a terceira integrante do grupo, Bruna, assumiu a identidade dela e passou a cuidar da menina. O assassinato da jovem só foi descoberto depois de a polícia prender o trio pela morte das duas mulheres em Guaranhuns, e encontrarem com eles a criança, que tinha, então, cinco anos. Na ocasião, ela foi entregue ao Conselho Tutelar. Isabel relatou à polícia que vendia empanadas e coxinhas feitas com os restos morais das vítimas pelas ruas de Guaranhuns.

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