Reunidos em São Paulo para discutir a sucessão municipal, líderes do DEM criticaram, nesta segunda-feira, o modo como o governador da Bahia, Jaques Wagner, e o PT estão lidando com a greve de policiais militares, que começou na terça-feira passada.
Os democratas responsabilizam as gestões estadual e federal pela crise. “O PT não foi capaz de evitar uma greve que está colocando a população em estado de choque”, disse o presidente nacional do partido, José Agripino Maia (RN). “Eles não conseguiram se antecipar e agora estão colocando as tropas federais em conflito com agentes de segurança do estado, sobrando insegurança para a população”.
ACM Neto, que pode disputar a prefeitura de Salvador, embora não tenho anunciado que será candidato, também atacou a gestão petista: “O governador não se preparou para a greve, subestimou um movimento que já começou grande e demorou pra tomar as providências necessárias”.
Confronto – A situação na Bahia se agravou nesta segunda-feira, quando um grupo de grevistas que estava do lado de fora da Assembleia Legislativa da Bahia entrou em confronto com as forças de segurança que cercam o local. Ao menos 1.000 homens do Exército, da Força Nacional de Segurança e da Tropa de Choque da Polícia Militar cercam o prédio em Salvador, onde os PMs acampam com suas famílias desde terça-feira, dia em que deram início à greve. Os grevistas do lado de fora avançaram contra as tropas, que reagiram com balas de borracha e bombas de efeito moral.
De manhã houve confronto entre as forças federais e os familiares dos grevistas, quando parentes de PMs tentaram entrar no local. As tropas dispararam balas de borracha contra os manifestantes.
Outros casos – Em 29 de dezembro de 2011, policiais militares e bombeiros do Ceará entraram em greve provocando pânico nas ruas de Fortaleza. Sem policiamento, houve arrastões pela cidade e roubos a pedestres, a motoristas e ao comércio. A paralisação terminou seis dias depois, com a assinatura de um acordo que garantiu, entre outras reivindicações, a incorporação de um bônus de 859 reais ao salário de todos os policiais militares e bombeiros.
Em 4 de janeiro deste ano, quando os PMs voltaram ao trabalho, os policiais civis do Ceará entraram em greve. No acordo, assinado nove dias depois, foi determinado que os salários seriam reajustados e que o governo concederia anistia aos trabalhadores envolvidos no movimento. Durante a paralisação, cerca de 2.000 homens da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas foram deslocados para o estado.