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Japão abre as portas da central nuclear de Fukushima à imprensa

Por David Guttenfelder
12 nov 2011, 11h34

As autoridade japonesas abriram neste sábado as portas da central nuclear de Fukushima a um grupo de jornalistas pela primeira vez desde o tsunami do dia 11 de março. A intenção é provar que o acidente nuclear foi controlado.

Vestidos com trajes antirradiação, rostos protegidos por máscaras respiratórias, munidos com pares de luvas, cerca de 30 repórteres, entre eles quatro representantes da imprensa estrangeira, foram conduzidos em dois ônibus até o sítio atômico.

Após atravessar as cidades fantasmas situadas na zona interditada, vazias de seus habitantes depois do acidente, os jornalistas constataram que o nível de radioatividade já era de 20 microsieverts (que mede os efeitos biológicos da radiação) por hora na entrada da central.

À medida que os veículos se aproximavam dos reatores, o nível subiu rapidamente até alcançar 500 microsieverts por hora. Enquanto o comboio atravessava uma floresta de pinheiros, um porta-voz da operadora da central, Tokyo Electric Power (Tepco), assinalou que a taxa de 1.000 microsieverts, ou um millisievert por hora, foi registrado recentemente no mesmo local. Este é o limite de dose anual estabelecido em tempos normais no Japão e na maioria dos países.

Um jornalista relatou que a construção que abrigava o reator número três, o mais atingido, está rodeada por carcaças de caminhões, barreiras metálicas retorcidas e reservatórios de água rompidos.

O dia 11 de março, o tsunami, provocado por um terremoto de magnitude 9, atingiu a central, interrompeu os circuitos de resfriamento e danificou os geradores de emergência.

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O combustível estocado em três dos seis reatores e na piscina de resfriamento do reator 4 começou a esquentar perigosamente, ao ponto de fusionar e provocar explosões.

Após vários dias de seguidas tentativas para resfriar os reatores com a água do mar e depois água doce, os operários e técnicos conseguiram frear o processo e, depois de longos meses, estabilizar a temperatura do combustível.

A Tepco espera conseguir fazer uma “parada a frio”, isto é, a manter o combustível abaixo de 100°C, até o próximo mês.

O ministro do Meio Ambiente, encarregado da gestão do acidente de Fukushima, Goshi Hosono, disse estar confiante, mas ressaltou que o desmantelamento de todas as instalações vai demorar pelo menos mais 30 anos.

“A cada vez que volto aqui, sinto que as condições melhoraram. E isso é graças ao trabalho de vocês”, discursou o ministro par aos operários.

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A Tepco explicou aos jornalistas que aproximadamente 3.200 pessoas trabalham durante a semana na central e a metade deste número no fim de semana.

O terremoto e o tsunami fizeram cerca de 20.000 mortos e desaparecidos na costa japonesa, mas o acidente de Fukushima, a catástrofe nuclear mais grave desde Chernobyl há 25 anos, não causou, até agora, a morte de ninguém.

Contudo, provocou a evacuação de milhares de habitantes e poluiu gravemente o ar, o solo e o oceano, com consequências em longo prazo na cadeia alimentar.

O diretor de Fukushima Daiichi, Masao Yoshida, afirmou que a situação está sob controle.

“De acordo com registros da estação que eu tive acesso, não há dúvida de que os reatores estão estabilizados”, disse ele aos jornalistas.

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Mas, reconheceu que ainda existe perigo. “Atingimos um nível em que podemos chegar até lá, mas ainda não estamos em uma posição onde qualquer pessoa pode ir”.

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