Incêndio de grandes proporções na Ilha do Bananal coloca Ibama em alerta
Mais de 170 especialistas em fogo trabalham para conter as chamas no Parque Nacional do Araguaia
O Parque Nacional do Araguaia, localizado na Ilha do Bananal, no estado de Tocantins, recebeu reforços na última semana para conter um incêndio provocado pelo clima seco somado à vegetação degradada e aos ventos. O incêndio florestal já consumiu 32 mil hectares.
Na força tarefa, Ibama, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), com apoio da Polícia Rodoviária Federal, trabalham há mais de 20 dias, revezando em turnos, equipes de combate ao fogo. No total são 176 brigadistas (133 do Ibama, 39 do ICMBio e 4 do município de Lagoa da Confusão).
O grande desafio para a equipe é chegar até as chamas. O Parque do Araguaia é extenso e possui mais de 170 mil hectares de floresta. Caminhões especiais ajudam a combater o fogo e a levar parte da equipe. Já em locais onde não é possível fazer o caminho, seja pela distância ou pela vegetação, helicópteros fazem o transporte.
Estão sendo utilizados na operação sete aeronaves, sendo três helicópteros e quatro airtrator (lança-água), além de dezenas de veículos e equipamentos de combate.
Dos 176 brigadistas que atuam na linha de frente do combate às chamas, metade é formada por indígenas de quatro etnias, Krao, Xerente, karajá e Javaé. Três bases de trabalho foram montadas no parque, com cozinha, banheiro e barracas para dormir.
O Parque Nacional do Araguaia foi criado durante a gestão do presidente Juscelino Kubitschek, em dezembro de 1959, no norte do estado de Goiás, atualmente Tocantins. Inicialmente, o Parque Nacional do Araguaia ocupava toda a área da Ilha do Bananal, cerca de 2 milhões de hectares. Após diversas mudanças em sua área, o Parque Nacional ocupa, atualmente, apenas o norte da Ilha, com mais de 180 mil hectares.
A área está em uma faixa de transição entre a Floresta Amazônica, o Cerrado e Pantanal. A fauna é rica e diversificada, apresentando animais que habitam o cerrado e a região amazônica. As espécies mais comuns são a onça-pintada, a arara-azul, o gavião real e a águia pescadora. Mamíferos ameaçados também são encontrados, como o tamanduá-bandeira, o cervo-do-pantanal, a ariranha e os botos. Já as aves, o local abriga mais de 660 espécies, como a ema, a arara azul e o uirapuru. Entre os répteis é possível ver tartarugas-da-Amazônia, sucuris, jiboias e jacarés-açus.