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Hollande pode atrair eleitores da extrema-direita, apesar de voto para estrangeiros

O candidato socialista à Presidência francesa François Hollande tem argumentos – o anti-sarkozysmo e a vontade de reindustrializar – para atrair os eleitores da extrema-esquerda, apesar de se arriscar ao reiterar que dará direito de voto aos estrangeiros nas eleições locais. Hollande venceu o primeiro turno da eleição no domingo e enfrentará o atual presidente […]

Por Por Mathieu Foulkes
24 abr 2012, 16h24
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  • O candidato socialista à Presidência francesa François Hollande tem argumentos – o anti-sarkozysmo e a vontade de reindustrializar – para atrair os eleitores da extrema-esquerda, apesar de se arriscar ao reiterar que dará direito de voto aos estrangeiros nas eleições locais.

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    Hollande venceu o primeiro turno da eleição no domingo e enfrentará o atual presidente Nicolas Sarkozy no segundo turno, em 6 de maio.

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    As últimas pesquisas de opinião apontam que Hollande pode beneficiar de 15% a 30% dos votos que foram da candidata da Frente Nacional (FN, extrema-direita) Marine Le Pen no primeiro turno. Além disso, o candidato conta com uma importante reserva de votos da esquerda (os candidatos da esquerda radical e os ecologistas já afirmaram seu apoio).

    A sua estratégia para o segundo turno prevê “convencer” os eleitores da Frente Nacional que votaram por raiva e desapontamento com “a esquerda, que realmente os defende”.

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    Hollande acredita que parte do eleitorado de Le Pen “vem da esquerda e deve se situar ao lado do progresso, da igualdade, da mudança, do esforço compartilhado, da justiça, porque é contra os privilégios, contra a globalização financeira, contra uma Europa falha”.

    “O primeiro motivo da transferência de votos da FN para Hollande é o anti-sarkozysmo”, afirma o sociólogo Sylvain Crépon, autor do livro “Investigação no coração da nova Frente Nacional”.

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    Além disso, a vontade da candidata da FN de apostar na derrota de Sarkozy para se impor como líder da oposição após as eleições pode aumentar este movimento.

    Mas “apostar apenas no anti-sarkozysmo não será o bastante para vencer a batalha do segundo turno, na qual toda a França esta envolvida”, ressalta o cientista político Stéphane Rozès.

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    “Se François Hollande disser que vai se opor ao fechamento dos serviços públicos nas regiões rurais, onde se concentraram os votos para a FN, pode atrair novos eleitores”, acrescentou Crépon.

    “A luta do PS contra a desindustrialização pode chegar ao eleitorado da Frente Nacional, que é um eleitorado precário”, aposta.

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    Em contrapartida, Hollande corre o risco de limitar a transferência de votos de eleitores da extrema-direita com a promessa de outorgar o direito de voto nas eleições municipais aos estrangeiros não-membros da UE, que já possuem este direito.

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    “A crítica ao voto dos estrangeiros é um tema que será apoderado por Sarkozy para se aproximar dos eleitores da FN. Ele colocará o tema como eixo de sua campanha no segundo turno”, considera Crépon.

    “Tudo o que disse em meu projeto e em minhas 60 promessas será cumprido nos cinco anos” de mandato, disse Hollande. O candidato respondeu assim às declarações feitas por Ségolène Royal (candidata socialista em 2007), segundo a qual este ponto do programa “nunca foi uma prioridade”.

    “Foi estipulado um calendário do que será feito no começo: a exemplaridade do Estado, mais poder aquisitivo para as famílias, reformas que devemos emprender imediatamente para sanear nossas contas públicas, nossas indústrias. E em seguida revisar nossa instituições, o que chegará em seu devido tempo”, acrescentou.

    A revisão das instituições, incluindo o direito de voto nas eleições municipais dos estrangeiros residentes na França há cinco anos, está prevista para acontecer entre agosto de 2012 e junho de 2013, segundo “a agenda de mudança” proposta por François Hollande.

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