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Grávida desaparecida fugiu. E não sabe mais se está grávida

Depoimento de Kelly Cristina é marcado por contradições. Investigadores acreditam que ela não está grávida - e pediram exames no IML

Por Fernanda Bassette
Atualizado em 10 out 2016, 18h54 - Publicado em 10 out 2016, 18h54

A servidora pública Kelly Cristina de Arruda Martins, de 37 anos, que desapareceu na sexta-feira grávida de 8 meses, fugiu de casa. Ela foi encontrada na manhã desta segunda-feira em um apartamento que havia alugado em Campinas, no interior de São Paulo, depois de a polícia rastrear sua movimentação bancária. Ela vestia a mesma roupa de quando saiu de casa.

Segundo investigadores do 41º DP (Vila Rica), na Zona Leste de São Paulo, a polícia descobriu o paradeiro de Kelly quando ela fez uma movimentação bancária usando um cartão de crédito que era compartilhado com sua mãe. Ela alugou um imóvel em Campinas por meio do aplicativo AirBnB por 14 dias. Quando a polícia bateu à porta, ela abriu sem oferecer resistência.

Kelly depôs durante toda a manhã e disse à polícia que fugiu de casa porque estava sofrendo ameaças. Sandra Regina Bueno de Arruda, de 57 anos, mãe de Kelly, disse que a filha nunca comentou sobre o caso, por isso elas nunca registraram ocorrência policial a respeito. “Ela informou à polícia que vinha sendo ameaçada, mas não tinha comentado nada com a família por medo. Disse que apenas a família do marido [que era presidiário e morreu assassinado em janeiro deste ano] sabia das supostas ameaças. Eles serão chamados a depor”, afirmou um dos investigadores.

Ainda de acordo com Fábio, Kelly chorou muito no depoimento e está muito abalada, passando informações desencontradas. No dia do desaparecimento, ela teria pego um ônibus até São José do Rio Preto, onde teria ficado dois dias vagando na rua. Depois disso, teria seguido até Campinas, onde decidiu alugar o imóvel.

Gravidez

A gravidez de Kelly ainda é uma incógnita. Segundo a polícia, no depoimento primeiro ela disse que havia perdido o bebê em julho, depois de ter sido atropelada. Mais tarde, disse que ainda está grávida. Os investigadores acreditam que ela não está grávida. “Ela estava muito confusa com relação a essa gravidez. Se ela tivesse perdido em julho, teria que ter feito uma curetagem, mas ela não soube explicar”, diz um policial. A polícia emitiu um pedido de exame de corpo de delito, que deverá ser feito no Instituto Médico Legal, para avaliar se ela realmente perdeu o bebê ou se nunca esteve grávida.

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Sandra, mãe de Kelly, disse que estava preparando todo o enxoval da criança, inclusive o chá de bebê que seria no sábado, mas afirmou que nunca acompanhou a filha em nenhuma consulta de pré-natal. Ela conta que chegou a ver um exame de ultrassom que seria do começo da gravidez. Em tese, Kelly estaria no fim da gestação e teria o bebê nesta semana. “Estou feliz porque minha filha voltou para casa e é isso que importa. Ela tomou um banho e foi dormir. Não vou ficar perguntando muita coisa por enquanto. Se ela já era uma pessoa fechada antes de acontecer isso, imagine agora que ela está abalada”, afirmou a mãe.

Entenda o caso

A jovem desapareceu de casa, na Vila Formosa, no último dia 30, depois de chamar um Uber e pedir que a levasse até a estação de metrô Penha. De lá, ela iria de trem até a estação Vila Madalena, onde havia combinado de se encontrar com uma amiga para que participassem de uma pesquisa de mercado sobre uma marca de perfumes. Pela participação no trabalho seria remunerada em 150 reais. Ela não chegou ao local combinado com a amiga e também não voltou para casa.

Na tarde de sábado seria realizada uma festa de chá de bebê na casa de uma das tias de Kelly. As amigas prepararam as lembrancinhas do chá, encomendaram doces e salgados, contrataram uma decoradora. A festa não aconteceu, pois Kelly havia desaparecido na noite anterior.

Na noite de sexta-feira, a família e os amigos se mobilizaram ligando para Polícia Militar, Bombeiros, Instituto Médico Legal e hospitais públicos e privados para tentar localizar Kelly, sempre sem sucesso. No sábado pela manhã, a família registrou um boletim de ocorrência, informando o desaparecimento.

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Quatro dias depois, a polícia confirmou que Kelly havia desembarcado do Uber na rua de trás do Shopping Tatuapé, que ela entrou em uma loja de departamentos para pagar uma conta e que depois voltou ao metrô, onde embarcou sentido Sé. Depois disso a polícia não tinha mais dados, ainda analisava as imagens para tentar descobrir o local do desembarque.

Kelly foi casada por 15 anos e ficou viúva em janeiro deste ano, após o marido reagir a uma suposta tentativa de assalto. Ela teria descoberto a gravidez duas semanas depois da perda. Segundo Sandra, o marido de Kelly era presidiário e estava solto por conta do indulto de Natal e Ano Novo quando foi assassinado.

Segundo a mãe, apesar da tristeza pela morte do marido, a gravidez a fez ficar feliz novamente. Kelly tem uma outra filha, de 11 anos, chamada Iara. Na tarde do sábado seria realizado o chá de bebê de Ivan Lorenzo, que deveria nascer no próximo dia 12.

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