Encurralada, defesa do ex-policial Bola tenta ganhar tempo
Advogado Ércio Quaresma consegue atrasar o primeiro dia de julgamento em Minas Gerais. Réu é acusado de ser o assassino de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno
Por Pâmela Oliveira, de Contagem
22 abr 2013, 21h37
A defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o assassino de Eliza Samudio, sabe que o réu tem poucas chances de absolvição. Com as condenações de outros dois réus – Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, em novembro do ano passado, e o goleiro Bruno Fernandes, em março – ficou dificílimo para o advogado Ércio Quaresma livrar seu cliente da condenação por homicídio qualificado (pena de 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos). O que se viu nesta segunda-feira no Fórum de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, foi o advogado mais uma vez usando estratégias para protelar e confundir o julgamento. E, até o momento, Quaresma conseguiu praticamente inutilizar a parte da manhã e o início da tarde da sessão.
Antes mesmo de a juíza Marixa Fabiane dar início ao primeiro dia do júri do ex-policial, o defensor pediu o adiamento dos trabalhos. A prática é conhecida. Foi Quaresma quem articulou, em novembro passado, o desmembramento de todos os processos. Bola deveria ter sido julgado naquela época, ao lado de Macarrão, Bruno, Fernanda e Dayanne, mas uma manobra de Quaresma levou a Justiça a separar os julgamentos.
Na audiência de agora, Quaresma apontou três justificativas para seu pedido de adiamento – todas rebatidas pela juíza. Primeiro, afirmou que a sessão não poderia começar sem a presença da delegada Alessandra Wilcke, arrolada pela defesa e que não vai comparecer porque participa de uma operação no interior de Minas Gerais. A magistrada declarou que a ausência da testemunha está fundamentada, e indeferiu o pedido. O defensor também alegou que um pedido da promotoria, de acrescentar uma terceira qualificatória ao crime de homicídio, ainda não analisado, poderia levar o réu a um novo julgamento. A solicitação também foi negada pela magistrada.
O advogado de Bola ainda pediu que a testemunha José Cleves, que estava intimada a comparecer mas faltou, fosse conduzida ao Fórum de Contagem. Definindo a ausência da testemunhas como “um absurdo”, a juíza não teve outra saída a não ser determinar que um oficial de Justiça, acompanhado por policiais, encontrasse Cleves. A sessão foi suspensa por mais de uma hora, até que ele foi conduzido ao tribunal.
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O julgamento de Bola é o terceiro – e talvez o último – dos envolvidos na morte de Eliza Samudio. Mas os movimentos de Quaresma podem criar, senão a absolvição, um embaralhamento do processo. Ao longo da tarde, o advogado começou a provocar respostas a respeito do ex-policial José Lauriano de Assis, o Zezé – que esteve em contato com os réus no período em que o grupo pernoitou em um motel em Contagem. Se a estratégia for bem sucedida, é possível que o novo personagem passe a fazer parte do intrincado conjunto de acusações, empurrando para o futuro a definição sobre Bola.
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