Diretora do Flamengo é indiciada por racismo por fala sobre eleições
Angela Rollemberg Santana Landim Machado atacou nordestinos após eleição de Lula
A Polícia Civil indiciou a diretora de Responsabilidade Social do Clube de Regatas do Flamengo, Angela Rollemberg Santana Landim Machado, pelo crime de racismo. O inquérito, investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), foi enviado ao Ministério Público. Mulher do atual presidente do clube, Rodolfo Landim, Angela atacou nordestinos após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição, para Lula (PT).
“Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias. Bora trabalhar, porque, se o gado morrer, o carrapato passa fome”, escreveu em 31 de outubro, dia da apuração das urnas no segundo turno. “Angela foi intimada e ouvida em sede policial, confirmando a realização da postagem em seu perfil da rede social e alegando que não foi a criadora da frase postada, mas apenas ‘repostou’, sem a intenção de desqualificar o povo nordestino”, afirma o inquérito.
Ela, nascida no estado do Sergipe, chegou a se desculpar pelas falas. “Peço desculpas ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos. E, inclusive minha família, com quem me desculpei diretamente”, escreveu.
A diretora do Flamengo é declaradamente bolsonarista e já fez diversas publicações em que defende o ex-presidente. Em uma das publicações, enquanto celebrava a Libertadores de 2022 conquistada pelo time, demonstra não tirar a cabeça das eleições. “Vencemos uma. Falta a outra”, escreveu, posando ao lado de um jogador do elenco fazendo o “22” — número de Bolsonaro no último pleito — com as mãos.