Demora no registro do PSD provoca tensão na sigla
Políticos com pretensões eleitorais em 2012 começam a temer que o registro do partido não seja aprovado a tempo e repensam decisão de ingressar na legenda
O adiamento da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o registro do Partido Social Democrático (PSD) aumentou a pressão de prefeitos e vereadores em cima dos idealizadores da legenda. Como vão buscar novos mandatos em 2012, são eles os maiores prejudicados se a nova sigla não conseguir o registro até o dia 7. O TSE deve retomar o debate nesta terça-feira, mas a possibilidade de novos adiamentos tem provocado instabilidade na base do partido idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Na última quinta-feira, o julgamento no tribunal que decidiria o futuro do novo partido foi interrompido com o pedido de vista feito pelo ministro Marcelo Ribeiro, que questionou a forma como as assinaturas coletadas pela legenda foram analisadas pelos cartórios eleitorais. Com isso, a festa do grupo de Kassab marcada para comemorar a possível vitória foi cancelada às pressas, aumentando o clima tenso entre os prováveis integrantes do PSD.
O senador Sérgio Petecão (AC) definiu o trabalho como de “apagar incêndio”. Oposição ao governo do PT no estado, ele conseguiu a adesão de três deputados estaduais e diversos vereadores, mas a insegurança sobre 2012 pode provocar baixas. “Estamos numa ansiedade grande. Estou apagando incêndio, tentando acalmar todo mundo”, comentou.
O deputado federal Júlio César, que está deixando o DEM para comandar o PSD no Piauí, confirma a apreensão dos prefeitos e vereadores. “Eles procuram a gente toda hora”, disse. Segundo ele, 18 prefeitos e 200 vereadores do estado estão a caminho do PSD, mas continuam em seus partidos como “plano B”. O deputado José Carlos Araújo (BA) faz relato semelhante. “Tem um bocado de prefeito e vereador preocupado. Os mais ligados a nós vão esperar até o fim do mês, mas tem gente apreensiva”, detalha.
No DEM, sigla que mais sofreu com a criação do PSD, a aposta é que a nova legenda está fora das próximas eleições. No partido, já se discute o que fazer com quem anunciou a saída e recuar. O presidente do partido, José Agripino (RN), avisa que a análise será feita caso a caso. “O problema é dos que saíram, não nosso”, desdenha.
(Com Agência Estado)