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Delfim admite que recebeu R$ 240 mil em espécie da Odebrecht

Ex-ministro recebeu valores em espécie devido a um serviço de consultoria que ele teria prestado à empreteira

Por Da redação
Atualizado em 19 ago 2016, 16h54 - Publicado em 19 ago 2016, 16h53
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  • Em depoimento ao delegado da Polícia Federal Rodrigo Luís Sanfurgo de Carvalho, da Lava Jato, o ex-ministro Antonio Delfim Netto afirmou que recebeu 240 mil reais em espécie da Odebrecht em outubro de 2014 por “motivos pessoais, por pura conveniência”, devido a um serviço de consultoria que ele teria prestado à empreiteira.

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    Delfim, 88 anos, foi o todo poderoso ministro da Fazenda do regime militar, nos anos 1970. Ele ficou famoso como o ministro do “milagre econômico”. Seu depoimento à Polícia Federal ocorreu nesta segunda-feira. Ele declarou que “presta serviços” para a empreiteira há 20 anos, mas que esta consultoria específica, pela qual ganhou 240 mil reais, foi feita sem contrato. Afirmou que não recebeu outros valores da empreiteira “em circunstâncias similares”.

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    O ex-ministro alegou, ainda, que “não tinha ideia” de que o valor foi pago pelo setor da Odebrecht responsável pelo caixa 2 da empreiteira, conforme revelou a investigação da Lava Jato.

    “Que em diversas oportunidades presta consultoria (à Odebrecht) sem qualquer contrato, o que não exclui a natureza da consultoria prestada; que, conforme afirmado, presta serviços para a Odebrecht há mais de 20 anos; que, por vezes, presta consultoria por telefone ou pessoalmente; que, no caso em questão, não possui um contrato firmado, mas assegura que prestou tal consultoria e recebeu por ela o valor de 240 mil reais”, afirmou o ex-ministro.

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    O valor repassado a Delfim consta de uma das planilhas do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht. Operações Estruturadas é o nome oficial do “departamento da propina” da empreiteira, revelado pela Operação Xepa, desdobramento da Lava Jato.

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    No documento, aparece que a entrega foi feita no dia 22 de outubro de 2014 no escritório de advocacia na capital paulista onde trabalha um sobrinho de Delfim chamado Luiz Appolonio Neto. Appolonio chegou a ser conduzido coercitivamente na Operação Xepa, 26ª fase da Lava Jato, que tinha como alvo o setor responsável pelos recursos ilícitos da empreiteira – ocasião em que disse não se recordar de ter recebido o pagamento.

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    Posteriormente, sua defesa encaminhou ofício à PF em Curitiba, base da Lava Jato, informando que “referidos valores não lhe pertencem, apenas foram recebidos no endereço acima mencionado a pedido do economista Antonio Delfim Netto, o qual por motivos particulares e em razão de sua avançada idade, não quis receber em seu escritório”.

    Ainda segundo a defesa de Apollonio, todo o valor foi repassado ao ex-ministro, que recebeu a quantia “em virtude de consultoria prestada”.

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    À PF, Delfim Netto disse que seu sobrinho presta “consultoria jurídica” para ele. O ex-ministro não detalhou qual foi o serviço de consultoria para a Odebrecht que justificou os 240 mil reais. Ele afirmou que o dinheiro já foi gasto e declarado em seu Imposto de Renda.

    “Que o valor em questão foi gasto; que não sabe precisar exatamente a destinação; que referido valor foi posteriormente declarado aos órgãos competentes; que seus contadores providenciaram a retificação da declaração de imposto de renda para inserir referido valor; que declarou citado montante como serviço prestado”, disse o ex-ministro.

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    Delfim disse ainda que produz relatórios mensais para a empreiteira e que iria encaminhar o contrato de consultoria que mantém com a empresa. A empreiteira informou que não vai se manifestar sobre o caso.

    (Com Estadão Conteúdo)

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