Responsável pela investigação do desabamento dos três edifícios no centro do Rio na quarta-feira, o delegado Alcides Alves Pereira, da 5ª DP (Mem de Sá) evita atribuir diretamente as causas do incidente às obras que eram realizadas pela empresa TO-Tecnologia Organizacional em dois pavimentos do Edifício Liberdade. Por enquanto, explica o delegado, a investigação é feita “de forma geral”.
O inquérito busca os responsáveis por “desmoronamento e desabamento qualificado”, que pode render pena de 2 a 4 anos de detenção, caso sejam encontrados responsáveis pelo desastre.
Até a tarde desta sexta-feira, 11 pessoas tinham prestado depoimento. Por volta das 16h, Pereira ouvia o depoimento do síndico do Edifício Liberdade, Paulo Renha. O responsável pela administração do Edifício Liberdade deverá explicar, entre outros detalhes, o motivo para não cobrar de quem executava obras no 3º e no 9º andares a apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento que registra a obra no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ).
“Estamos aguardando a perícia, enquanto isso, acompanhamos os trabalhos no local do desabamento”, disse o delegado.
Nesta sexta-feira, o delegado da Polícia Federal Fábio Scliar – o mesmo que investigou o vazamento de óleo na Bacia de Campos, em uma plataforma da Chevron – foi ao local do desabamento e ao Theatro Municipal. Segundo Scliar, ele foi chamado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para apurar se houve danos ao prédio do Municipal, que é um bem tomado. A suspeita é de que o desabamento tenha causado quebras de janelas e danos ao equipamento que abre as cortinas do palco.